Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)
Advogado
Filósofo
Jornalista (DRT 3792/SC)
Continuando o artigo da semana passada, a sunamita foi abençoada. Seu sonho foi realizado ela tornou-se, finalmente, mãe, apesar de humanamente isto ser pouco provável. A possibilidade do homem não é a possibilidade de Deus. O sonho que jazia no passado agora vem à tona em forma de realização, concreção. Isto é um estímulo para que não desistamos de nossos sonhos. Mas o filho tão amado estava na sega com os segadores e teve forte dor de cabeça e faleceu. Então ela colocou o menino no quarto e fechou a porta. Como diria o salmo 37 verso 5: “Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e o mais Ele o fará”. E aí fica o questionamento para nós: de que maneira temos entregado nossos problemas a Deus? a) segurando a outra ponta? b) entregando, mas não confiando? c) entregando, mas tentando ajudar? d) entregando, mas tomando de volta? Isto não significa que não devamos fazer nossa parte, mas o que é de Deus somente a Ele compete. Outro fato curioso é que a sunamita não contou seu problema a ninguém até contar a Eliseu. Deus faz as coisas do jeito Dele de tal maneira que, não adianta querer ajudar, Deus não precisa de nossa ajuda, entrementes, com certeza, Deus precisa da nossa obediência. Embora Deus não tenha corpo, criou todos os corpos e se manifesta mediante boca, olhos e mãos. Boca: 1) devemos gerar esperança com nossas palavras; 2) devemos anunciar o evangelho; 3) se nos é dado o dom profético, e ele será se nos esvaziarmos de nós mesmos, deveremos profetizar. Olhos: 1) devemos enxergar o necessitado; 2) devemos ter visão do Reino de Deus; 3) devemos ver e, sob orientação do espírito, julgar e agir. Mãos: 1) ajudar ao próximo; 2) abençoar ao próximo; 3) curar o próximo. Caminhando para a conclusão deste artigo reflexivo remanescem as seguintes mensagens: a) ainda que o nosso sonho esteja morto Deus o ressuscita; b) atraia a presença de Deus para a sua vida. Como questionamentos para a meditação ao longo da semana: quais são os seus sonhos? Quais os sonhos que morreram? Quais os sonhos que estão prestes a morrer? Até aqui me limitei a reescrever uma reflexão amadurecida pelo líder de célula, pastor de nosso grupo, o jovem senhor Marcelo Barbosa Lima. E, como contribuição pessoal trago à baila uma pequena reflexão filosófica acerca do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, autor da frase “Deus está morto”. Em primeiro lugar Deus não pode estar morto porque ele é o autor da vida. Deus não é um opressor moralista como queria ver Nietzsche. Eventualmente alguns líderes religiosos são moralistas, mas esta não é uma característica de Deus. Nietzsche agrega de Schopenhauer a idéia de que “o mundo é representação”. Neste diapasão, para os filósofos em geral e máxime para Nietzsche, Deus é, acima de qualquer coisa, um conceito, uma representação. Claro, podemos mudar perspectivas, aniquilar representações, mas o ser é inaniquilável. Muito depois de ter escrito O Anticristo, Nietzsche passou uma temporada em Turim e disse, dentre outras coisas, “prefiro ser professor de filosofia em Basiléia a ser Deus”. Ou seja, como é que Deus agora novamente está vivo? Se Deus realmente fosse um cadáver Nietzsche, dizendo que preferia ser professor de filosofia a ser Deus, estaria tão-somente afirmando um truísmo, uma tautologia. Mas penso que os discursos dos filósofos não prestam a dizer obviedades, mas têm como escopo agregar compreensões novas. O que se vê é que Nietzsche não mata Deus, mas um tipo de representação de Deus que lhe apavora. Isto apenas mostra que o próprio filósofo alemão que, dizia preferir ser polaco a ser alemão, estava profundamente equivocado sobre as realidades divinas e por isso escreveu tamanhos disparates.