Jaraguá do Sul - Nos corredores do Centro Educacional Ideal, no Centro, de Jaraguá do Sul, a conversa entre alunos é uma só: a explosão na sala número cinco. O fato ocorreu na noite de segunda-feira. Uma bomba caseira estourou em uma sala de aula vazia e causou pânico entre os alunos.
Na terça, a Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias (IGP) avaliaram o local e levaram a bomba para análise. O delegado responsável pelo caso, David Queiroz de Souza, já tem o nome de um suspeito. Ele é aluno da escola.
A bomba, feita com garrafa pet e gasolina, foi lançada em uma sala que fica no fim do corredor, em frente aos banheiros. O explosivo foi colocado em um tablado de madeira, perto do quadro. O material estourou perto das 22 horas, apenas 15 minutos antes do fim da aula.
O local ficou destruído. No quadro, havia marcas pretas do fogo e o forro cedeu. A secretária da escola Janete Martins dos Santos conta que ela e um aluno conseguiram apagar rapidamente as chamas com um extintor.
— Ficamos em estado de choque. Ainda bem que não havia ninguém na sala. Mas foi por muita sorte, porque a janela da sala estourou e caiu no corredor. Se alguém estivesse saindo do banheiro aquela hora, teria sido atingido —, lembra.
A diretora da escola, Rosania Hackbarth, registrou o boletim de ocorrência ontem na delegacia. Ela desconfia que a bomba foi colocada por um adolescente de 17 anos que estuda na escola.
— Suspeitamos que seja o mesmo aluno que colocou fogo no banheiro masculino há um ano. Na época, ele relatou a história a alguns amigos —, revela a diretora. Ela repassou o nome do estudante ao delegado, que instaurou um inquérito policial para apurar os fatos. Queiroz destaca que o suspeito e as testemunhas serão ouvidas nos próximos dias.
Segundo o delegado, como o suspeito é menor de idade, ele não será condenado pelo crime.
— Mas ele deve ser internado em um Centro de Internação Provisória (CIP) —, afirma o delegado. Se o adolescente tivesse 18 anos ou mais, ele poderia ser preso pelo crime de explosão e pegar de três a seis anos de prisão.
Ainda, conforme a diretora da escola, se for confirmada a suspeita, o aluno será expulso do Centro Educacional Ideal.