Especialistas alertam para o risco das dietas milagrosas; a obesidade é uma doença crônica
A dupla “alimentação saudável e atividade física” continua sendo imbatível e a mais recomendada pelos médicos. Aliada ao controle emocional, ela é a melhor alternativa para quem busca saúde e qualidade de vida. Mas o que é possível fazer quando estamos acostumados com uma alimentação rica em açúcar e em gordura e não encontramos tempo para os exercícios? É preciso mudar nossos hábitos, o que exige um pouco de força de vontade e organização.
O Dia da Saúde e Nutrição, comemorado em 31 de março, é um incentivo para mudança no estilo de vida. No dia a dia, a nutricionista Raquel de Castro Monteiro orienta que, se não for possível preparar um almoço saudável em casa, com calma, deve-se optar por um buffêt a quilo ao invés de comer um lanche rápido, que é muito rico em gordura e tem pouca fibra. "No restaurante, coloque no prato saladas, verduras, legumes, carne magra e só um carboidrato, ou seja, ou arroz ou batata ou macarrão. Evite a sobremesa e o refrigerante", complementa.
EM CASA
Em casa, mesmo quem come apenas um lanche à noite pode ter um alimentação saudável. Ela indica sopa de legumes ou pão integral com queijo magro, muita salada e sem maionese. Entre o café da manhã, o almoço e o jantar, o ideal é comer uma fruta ou tomar um iogurte para não ficar longos períodos sem se alimentar.
"As dietas milagrosas costumam ter início, meio e fim. Por isso, a alimentação saudável, associada à atividade física e ao controle emocional, deve ser constante", explica a nutricionista. Uma alimentação rica em gordura e açúcar também pode se transformar em obesidade. Além do histórico familiar - filhos de pais obesos têm 80% de chances de se tornarem obesos na vida adulta - um sinal de alerta para essa doença é quando a circunferência abdominal é superior a 80 centímetros nas mulheres e a 94 centímetros nos homens.
"Por esse motivo a reeducação alimentar é tão importante. Não adianta fazer uma dieta rápida. O peso pode até diminuir num primeiro momento, mas a pessoa só terá perdido água e logo depois volta a engordar", alerta o endocrinologista José Ronaldo Mayer Junior. "A obesidade é uma doença crônica, assim como a diabetes e a hipertensão. Portanto, os cuidados são para a vida toda", salienta.
A OBESIDADE E SUAS COMPLICAÇÕES
Conforme o endocri-nologista José Ronaldo, só o fato de a pessoa ser obesa, independentemente de ter outras doenças ou não, já aumenta o risco de morte. Ela também contribui para o surgimento de outras complicações, como a diabetes, a hipertensão arterial, colesterol e triglicerídeos altos, problemas ortopédicos, pedra na vesícula, síndrome da apneia do sono, câncer de mama, de colo do útero, pâncreas e rim, infertilidade e ovário policístico.