Florianópolis - O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) assume na próxima terça-feira a Coordenação da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Têxtil com a disposição de influir nas ações do governo federal, mas também de olho na eleição municipal de 2012 em Blumenau e Joinville, os dois principais pólos do Estado. A primeira posição já está tomada: levará à presidente Dilma Rousseff posição contrária à assinatura de acordo de livre comércio com a China. Entende que a liberação poderá ser fatal para a indústria têxtil. Aumentaria a invasão de produtos chineses. A indústria catarinense não teria como reverter a concorrência. As exportações vem caindo em função da defasagem cambial. As empresas catarinenses optaram pelo mercado interno para tentar vencer a concorrência internacional. O setor vem atravessando uma crise há meses em conseqüência do aumento no preço do algodão importado e dos preços baixos dos chineses. O deputado Henrique Fontana, que coordena a Frente Parlamentar pela Câmara Federal, defende tese semelhante.
Os líderes empresariais do setor marcarão presente na instalação da Frente Parlamentar, que se chama José Alencar, em homenagem ao ex-presidente, que faleceu no dia de sua criação. O empresários Ulrich Kuhn, Udo Dohler, Roberto Dantas, Rui Altermburg e outros industriais do Vale do Itajaí e de Blumenau, defenderão uma pauta mínima de atividades da nova frente.
A primeira reivindicação trata da redução do “Custo Brasil”. “Não adianta brigar com a China”, afirma Ulrich Kuhn, ao sugerir que o governo federal reduza os encargos da folha de pagamento. As indústrias pagam o dobro do salário de seus empregados em taxas e impostos incidentes sobre a folha. Estes incentivos iriam permitir maior competitividade do produto nacional e aumentar a oferta de empregos.