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“Meu filho está gordinho, socorro!”

Quinta, 03 de março de 2016

Atualmente um dos problemas que vem preocupando os pais e profissionais de saúde é o aumento da obesidade entre as crianças. Junto com a obesidade chegam problemas de saúde como diabetes e hipertensão que em outros tempos percebia-se apenas no mundo dos adultos.

A primeira reação dos pais quando percebem a gravidade da obesidade dos filhos é levar ao pediatra, este encaminha as crianças para o nutricionista. Ao chegar no nutricionista a posição de muitos pais é ir avisando ao profissional os alimentos que o filho não come “de jeito nenhum”, como que certificando a criança de que isso não irá mudar e com isso  desautorizando o profissional. Se o seu filho não come pizza, cachorro quente, brigadeiro, e é muito difícil conseguir fazê-lo comer um pedacinho de chocolate, tudo bem. Sem problemas você dizer que ele é difícil pra comer e não come estes alimentos “de jeito nenhum”. Aliás, ótimo que ele não coma. Mas, se os alimentos que ele “não come de jeito nenhum” são berinjela, brócolis, cenoura, feijão e companhia, por favor, não trate isso como uma verdade e uma determinação ao nutricionista. Não coloque os alimentos saudáveis e a expressão “não come de jeito nenhum” na mesma sentença.

O nutricionista negocia na consulta com a criança, dá dicas aos pais, explica como deve ser o processo de reeducação alimentar e os pais vão para casa duvidosos se aquilo irá funcionar, pois, seu filho não come determinados alimentos “de jeito nenhum”.

Diante do fracasso da dieta, o próximo passo é encaminhar para o psicólogo, pois agora o negócio deve ser psicológico. Afinal, a criança parece que “tem uma ansiedade, sei lá”, dizem os pais. Outra queixa comum é de que a criança não tem comprometimento e responsabilidade com sua dieta. Comprometimento e responsabilidade? Que pesado!

Os pais dizem ao psicólogo que falam o tempo todo para a criança se cuidar, mas a criança não se cuida. Quando o psicólogo pergunta sobre a postura dos pais é notável a mudança superficial de atitude destes para que a criança diminua seu consumo alimentar e coma alimentos mais saudáveis. Ora, pai e mãe, quem cuida das crianças são vocês! Portanto, a mudança da criança depende de uma mudança radical de sua postura.

Não adianta continuar comprando bolacha recheada, chocolate, refrigerante, “só que um pouco menos”. Continuar preparando carboidratos variados para as refeições principais, deixando várias opções para escolher. Como oferecer à família pão, bolo e cuque no café da manhã; macarrão, arroz e batata no almoço; mais cuque, mais pão, mais bolo no lugar do jantar. Sem falar nas diversas opções para rechear o pão:

manteiga, queijo, mel, geleia, etc. É como se os pais colocassem essas diversas opções para a família e bastasse falar sobre os malefícios de comer tudo de uma vez para que a criança escolhesse o que comer e pronto. Avisa-se a criança sobre os danos da alimentação ruim e a escolha é da criança. Se a criança não escolhe certo, a falta de comprometimento é dela, é na cabeça dela que “não entra” a informação, a criança é teimosa, a criança é irresponsável.

A criança não pode bancar a responsabilidade da reeducação alimentar. É muito peso! A criança não é capaz de saber de maneira definitiva que alimentos que geram tanto prazer podem fazer mal. Como que algo legal e gostoso pode ser ruim? A criança não é capaz de bancar isso. Muitos adultos não bancam.

Pais, são vocês que devem dizer para a criança com todo o carinho do mundo que elas devem comer devagar, são vocês que devem colocar menos comida à mesa, tanto em relação a variedade quanto em relação à quantidade. Se uma criança adora um alimento e tem uma panela cheia dele em sua frente, é claro que a criança vai comer rápido para aproveitar mais aquela delícia. Mas, se a porção sobre a mesa é menor, fica mais fácil para a criança comer devagar.

Se tem menos opções para escolher, também é possível reduzir o consumo.

Pais, se vocês querem ser democráticos, negociem com a família quais alimentos serão preparados, mas limitando ao número de preparações de acordo com os grupos alimentares de prescritos pelo nutricionista. Não compre alimentos calóricos para deixar em casa. Usem a criatividade para compôr alimentos saudáveis e saborosos, peça ajuda ao nutricionista para isso. Apresente alimentos saudáveis como apetitos e gostosos, não como remédio. Tratem a alimentação saudável como algo natural no dia a dia, não como um sacrifício que se deve fazer para emagrecer. Este tipo de abordagem é muito dramático e gera culpa na criança. Para que ficar lembrando-a a todo o momento que ela está gorda e tem que emagrecer?

Situar a criança a respeito de sua condição de saúde, sem terrorismos, pode ser interessante, mas isso não precisa ser feito o tempo todo.

Busque apoio profissional para conduzir o emagrecimento de seu filho, e entenda, bancar a perda de peso é demais para a criança, ela não pode estar só neste processo.



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