Moacir Pereira (DC)
Envolvidos no processo de escolha da nova Executiva Estadual, os líderes do PSDB catarinense concentram hoje suas atenções no Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina. Vai a julgamento um dos recursos do Ministério Público contra o prefeito de Balneário Camboriú, Edison Piriquito(PMDB), por suposta prática de crime eleitoral na campanha de 2008. Este é um dos três processos impetrados pelo Ministério Público Estadual e trata de prática considerada criminal. Há outro pedindo seu afastamento do cargo e do vice-prefeito Clóvis Dalvesco(DEM), pelo mesmo delito. E um terceiro, civil. Os três tem o mesmo fundamento: acusação de recebimento de R$ 200.000,00 de origem desconhecida. Foi classificada de “doação fantasma” pelos seus adversários. O líder do PSDB, Dado Cherem, que disputou a prefeitura com Piriquito há três anos, e que poderia ser o beneficiário de alguma condenação, mantém-se distante dos processos. Tem evitado até falar sobre eles.
O juiz Roque Cerutti, da 1ª. Vara Criminal de Balneário Camboriu, rejeitou a denúncia na ação criminal, sustentando que a contribuição fantasma não havia influído diretamente no resultado das eleições. Piriquito recebeu 28.479 votos, contra 26.676 dados a Dado Cherem.
As últimas eleições no principal balneário do litoral catarinense dividiram o PMDB e o PSDB, aliados no governo do Estado desde a primeira eleição de Luiz Henrique em 2002. Uma disputa acalorada e com episódios que acabam na Polícia Estadual envolve duas lideranças: pelo PMDB, o prefeito Edison Renato Dias, o Piriquito, e pelo PSDB, Leonel Pavan e o deputado Luiz Eduardo Cherem, o Dado. Dias atrás, Piriquito registrou queixa na Delegacia de Polícia contra líderes tucanos, que estariam fazendo ameaças contra seus familiares e perseguindo seus atos na prefeitura. Pavan deu o troco também com registro policial.
O processo que tramita no Tribunal Regional Eleitoral está sendo relatado pelo juiz Júlio Schattchneider e tem como réus, além do prefeito, Plinio Cesar dos Santos, Paulo Cesar Bernardes de Souza, Antônio Jorge Freire Lopes e Rubens Batista Santana.