Brasília/DF - O gabinete do deputado federal Mauro Mariani (PMDB/SC) ficou pequeno para receber todos os agricultores vindos do sul do País. Cerca de 400 produtores de tabaco da região seguiram para Brasília para participar da audiência pública com a participação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, que ocorreu no dia 22 de março, no Plenário da Comissão de Agricultura na Câmara dos Deputados. No encontro da comitiva com Mauro Mariani - que aconteceu antes da audiência - o parlamentar confirmou seu apoio à classe diante do posicionamento da Anvisa sobre a produção de tabaco, que terá reflexos na economia e na atividade dos pequenos agricultores.
A mobilização é resultado das consultas públicas números 112 e 117 propostas pela Anvisa, que proíbem o acréscimo de ingredientes na fabricação de cigarros (nº 112) e acaba com a exposição de produtos derivados do tabaco em pontos de venda, além de alterar suas embalagens (nº 117). Se até o dia 31 de março não forem revogadas as consultas públicas, estas se tornarão lei, o que afetará significativamente a produção de tabaco no Brasil. A região Sul é responsável por 95% do tabaco brasileiro produzido, e só em Santa Catarina a atividade envolve mais de 55 mil agricultores familiares.
“A importância da produção do tabaco vai além dos índices econômicos para o País, temos que pensar nas famílias que têm suas rendas dependentes da fumicultura. Já que as propostas da Anvisa afetam o produtor, então que se arranje outra forma de sustento para nossos agricultores, não podemos apenas virar as costas”, afirmou Mauro Mariani. O setor gera 2,5 milhões de postos de trabalho. Em 2010, a produção de tabaco nos três estados do Sul resultou em R$ 8,4 bilhões em arrecadação de impostos. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, um dos efeitos, caso as consultas públicas virem lei, é o aumento do contrabando de cigarro, que hoje é de 20%.