Manifestantes pedem combate a assaltos em estradas catarinenses

PRF promete patrulha em diversas rodovias

Um dos fatos que motivaram o protesto foi um assalto à mão armada que aconteceu na semana passada (foto Rosane Lima/ND)

Motoristas e donos de empresas de transporte protestaram, nesta terça-feira(22), contra constantes assaltos a veículos que têm ocorrido em rodovias como a BR-101 e a BR-116. Em cerca de 30 ônibus, os manifestantes saíram de Biguaçu e foram até o Centro de Florianópolis. O intuito foi exigir que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) investigue e puna os culpados, segundo o presidente da AETTUSC (Associação das Empresas de Transporte Turístico e Fretamento do Estado de Santa Catarina), José Maciel Neis. “Já conversamos com o superintendente e ele informou que isso está sendo feito, mas com poucas verbas e funcionários”, afirma. 

Um dos fatos que motivaram o protesto foi um assalto à mão armada que aconteceu na semana passada. Quase R$ 40 mil em dinheiro foram levados de 50 comerciantes que estavam indo para São Paulo em dois ônibus de excursão para fazer compras. Os criminosos obrigaram os passageiros a ficarem apenas de roupas íntimas para revistá-los.

O dono da empresa JJê, responsável pela viagem, Jefferson Hoffmann conta que, depois do ocorrido, passou a contratar escoltas particulares para acompanharem seus ônibus, assim como outros empresários. Isso encareceu as passagens em torno de 20%. “Alguns clientes reclamam, mas a maioria entende a importância”, diz.

O diretor da AETTUSC na capital, Carlos Alberto Vieira, discorda da atitude e garante que, na sua empresa, isso não será feito. “Não podemos assumir uma responsabilidade que é do poder público. Segurança é um direito do cidadão.”

Pior que que isso, na avaliação de Hoffmann, é a tentativa de trabalhadores do setor de esconder os crimes para não perder clientes. “Depois do assalto ao ônibus da minha empresa, já soube de outros seis. Mas as pessoas nem fazem boletim de ocorrência. Ninguém fica sabendo”, afirma.

De acordo com o superintendente substituto da PRF, Luís Carlos Padilha, para burlar a falta de efetivo, o órgão vai fazer uma ação conjunta com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, a Polícia Militar e a Polícia Civil. “Será uma espécie de patrulha em diversas estradas do estado. Vamos concentrar forças para combater esse tipo de crime”, afirma.

Anita Martins - ND online