Mafra - Os vereadores Clécio Witt (PMDB), José Marcos Witt (PDT), Osni Martins (DEM), Paulo Sérgio Dutra (PR), Roberto Agenor Scholze (PP) e Vicente de Paulo Bezerra Saliba (PDT) enviaram na tarde da quinta-feira, 10, um documento de apoio à decisão do Juiz Corregedor do Presídio Regional de Mafra, André Luiz Lopes de Souza, que em fevereiro assinou uma portaria estabelecendo regras para o ingresso de novos detentos no local.
A decisão do Juiz regula a entrada de presos vindos de outras comarcas e tem o objetivo de reduzir para um número máximo de 150 detentos no Presídio, que hoje mantém aproximadamente 200 encarcerados. A capacidade ideal para a máxima segurança é de 72 pessoas.
O manifesto dos vereadores acontece no momento em que, segundo a imprensa local, a sociedade de outros municípios da região começa a se mobilizar para pressionar o Departamento de Administração Prisional do Estado de Santa Catarina (DEAP), para emitir opinião sobre o destino dos presos na região. Na quinta-feira os lojistas de São Bento do Sul fecharam as portas por uma hora em protesto contra a decisão do Juiz, que tem barrado pessoas detidas naquela cidade, evitando aumentar ainda mais o problema em Mafra.
Para os vereadores, é preciso que as instituições responsáveis tomem parte nessa situação de caos hoje vivido no local, que abriga detentos de Mafra, Itaiópolis, Papanduva e principalmente São Bento do Sul e Rio Negrinho, as duas cidades com maior número de pessoas recolhidas, e principais responsáveis pelo quadro de superlotação.
Segundo os parlamentares de Mafra, a medida do Juiz é importante nesse momento e poderá despertar as autoridades governamentais para a necessidade da construção de uma nova unidade prisional em algum desses municípios, o que viria também ao encontro do interesse da população mafrense. “Nós temos que nos mobilizar para que seja construído um presídio lá em São Bento do Sul, para que eles parem de mandar os presos deles para cá”, explica o vereador Clécio Witt, se referindo ao número de detentos daquela cidade na unidade, que é quase o dobro da cifra de Mafra.
Para o vereador Roberto Agenor Scholze, a construção de um presídio não deve ser visto como uma depreciação da cidade, mas um dever social para com seus cidadãos que cometem crimes e precisam responder por seus atos. “Cada cidade tem que ter a noção da responsabilidade social que os seus detentos representam. Mafra já assumiu isso há alguns anos, agora os municípios de mesmo porte, que tem uma população carcerária considerável, devem assumir a sua parte. Canoinhas também já fez, por que as outras não podem?”.
Por sugestão da presidência da Câmara, na próxima segunda-feira será assinada e votada em plenário uma Moção de Apoio com os nomes de todos os 10 vereadores da Câmara de Mafra, reforçando ainda mais o compromisso do Legislativo com a causa levantada pelo magistrado.