Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)
Advogado
Filósofo
Jornalista (DRT 3792/SC)
Nabal morava em Maom e tinha muitos rebanhos. Era um homem extremamente rico. Era casado com Abigail, uma mulher extremamente formosa. Mas Nabal era um homem mal, cruel e ranzinza. Davi estava no deserto passando por grandes dificuldades com um pequeno exército de cerca de quatrocentos homens. Dava proteção à comunidade em face de invasores estrangeiros. Davi então mandou uma pequena comitiva para falar com Nabal para ver se ele não poderia ajudar com alimentos. Nabal colocou os servos de Davi para correr. Era dia de tosquiação, um dia de festa, portanto. Ao saber do ocorrido Davi se enfureceu e mandou seus homens cingirem-se da espada. Não pediu orientação de Deus, mas Abigail seria usada por Deus para ensinar Davi. Quando os servos de Davi foram falar com Nabal, Abigail estava trabalhando e não percebeu a presença deles. Quando ficou sabendo da visita, preparou grandiosa quantidade de comida e foi levar a Davi. Diz as Sagradas Escrituras que ela se lançou aos pés de Davi. Davi mandou que todos guardassem a espada e poupou a Nabal e a todos os outros. Abigail falou que todos os que serviam a Nabal queriam bem a Davi. E que a postura de Nabal era isolada e idiossincrática. Quando Nabal ficou sabendo que Davi tinha o propósito de destruir-lhe, mas só o poupou por causa de Abigail ficou transido de medo. O que se vê é a grandeza de mais uma sábia mulher representada nas Sagradas Escrituras, em que teve a ousadia de tomar uma importante iniciativa, iniciativa esta que foi bem recompensada, mas que poderia ter lhe custado a vida. Tamanho era o poder que o marido tinha sobre a esposa, poder de vida e morte. Davi bendisse a Abigail e falou que ela era como algo que se amarra a um feixe. De fato, o trigo era amarrado em feixes para que nenhuma haste se dispersasse pelo vento. E quando havia algo de muito valioso que se queria guardar se ocultava no meio de um desses molhos para que na sua ocultez não fosse surrupiado por nenhum larápio. Nesta época Davi ainda não era rei de Israel, mas não pegou em armas para autoproclamar-se rei. Passado algum tempo Abigail se torna uma das esposas de Davi, rei de Israel, pois Nabal falece, e ela tem a proteção do chefe do Estado, quando o direito de então não lhe dava nenhuma prerrogativa de amealhar para si, via direito sucessório, o espólio de seu marido. A história do reinado de Davi viria a ser a história da perene batalha do povo israelita pelo domínio sobre a Terra Santa. Deus não deu a terra de Canaã toda de presente ao povo judeu de uma só vez porque ela ficaria deserta. Eles não saberiam administrar toda esta bênção como que de uma guinada. Assim ocorre em nossa vida, nós nos convertemos, mas vamos consertando nossa vida por áreas, chegando, cada vez mais, próximos da santidade. Cada povo que adorava um deus diferente, que no fundo não passava de um satanás, tinha de ser aniquilado por Israel, pois era como se ora se estivesse livrando da bebida, do tabaco, do sexo extramatrimonial, da avareza, e assim por diante. E o verdadeiro Deus diz: se ouvirdes as minhas palavras, os vossos adversários serão meus adversários e os vossos inimigos os meus inimigos. Com certeza não é um bom negócio ser inimigo de Deus. Sem conhecer o ensinamento de Paulo de Tarso Abigail se colocou abaixo de Davi e o tratou como superior. Foram marcas de seu caráter, a generosidade, a diplomacia, a humildade, a coragem, a sabedoria. Em algum lugar das Sagradas Escrituras diz que a sabedoria do Senhor “é pura e pacífica” e nas bem-aventuranças lemos que “a Terra pertencerá aos pacificadores”.