Por Otair Becker*, São Bento do Sul/SC
O traçado da BR-280, Lençol/Corupá, foi definido pelo ministro dos Transportes, na época sob responsabilidade do general Dirceu Nogueira, atendendo inúmeros apelos que lhe formulei para que a região do Planalto Norte tivesse duas alternativas de descida para Joinville, São Francisco do Sul e sul do Estado.
A pavimentação da rodovia São Bento/Corupá foi licitada no final do primeiro mandato de governador do senhor Esperidião Amin, nos anos 1982/1986, quando exerci mandato de deputado estadual. A licitação foi consequência dos insistentes apelos e pedidos da minha parte, respaldado pelas lideranças políticas e empresariais do Alto Vale do Rio Negro e demais cidades do Planalto Norte.
A Rodovia dos Móveis foi pavimentada igualmente no primeiro governo de Esperidião Amin, nos mesmos anos de 1982 a 1986.
Estas foram, entre outras, as prioridades que defendi e realizamos quando da minha passagem pelo Legislativo Estadual e pelo Senado Federal.
Vale destacar que foram anos de espera e lutas para chegarmos até as suas concretizações.
Hoje temos, somente na cidade de São Bento do Sul, uma frota de veículos de 40.986, incluindo motos, carros, caminhões e ônibus. No Estado temos 3.472.699 de veículos, com a previsão de chegarmos a 4,5 milhões ainda no primeiro semestre deste ano (Detran/SC)
Em 10 de maio de 2010, o então governador Leonel Pavan inaugurou a revitalização da SC-301, trecho das proximidades da Univille até o trevo do Lençol.
Estamos prestes a comemorar o primeiro aniversário deste ato e somente agora se anuncia a ligação da energia elétrica da iluminação nos diversos pontos em que já se encontrava instalada.
A Rodovia dos Móveis (Rodovia da Vergonha) teve pelo menos dois pontos críticos de deslizamentos no mês de maio de 2009. O que poderia ter sido feito através de um expediente de emergência, que dispensaria concorrência pública e todos os emaranhados burocráticos, também foi negligenciado.
ACIDENTES FATAIS
Agora vivenciamos os acidentes fatais na SC-301 decorrente da interrupção na BR-376 (Paraná/Santa Catarina), que transferiu parte do movimento da rodovia BR-101 até o trevo do Mato Preto, com consequências de piora considerável das condições da rodovia.
Duas paralisações ainda não foram suficientes para que ações concretas tivessem andamento.
É pelo menos estranho que o novo governador de Santa Catarina tenha nas suas medidas contingências, postergado somente o início das obras de recuperação dos trechos críticos da rodovia, portando nada se sabendo quanto a uma recuperação completa da mesma.
Por justiça, lembro que a pavimentação da SC-301, trecho Pirabeiraba até o trevo de Oxford, foi realizada pelo governador Antonio Carlos Konder Reis (1965/1969) à época em que exerci o mandato de senador da República e totalmente revitalizada entre Pirabeiraba e o trevo de Campo Alegre pelo governador Luiz Henrique da Silveira, durante o seu segundo mandato, no qual inclusive foi construído o elevado no trevo de Oxford, cujos benefícios, a população e por quem ali passa, não cansam de destacar.
Ainda para ilustrar, durante o governo de Antonio Carlos Konder Reis, há mais de quarenta anos, foi inaugurado o prédio da Delegacia de Polícia e cadeia pública, que atualmente abriga a Delegacia Regional da Polícia Civil, hoje comandada pela delegada Ângela Roesler.
FALTA DE SEGURANÇA
A situação da falta de segurança que efetivamente acordou a comunidade são-bentense e da região, com algumas exceções registradas na oportunidade da manifestação do CDL e na reunião realizada na Acisbs, capitaneada pelo vereador Antonio Tomazini, com presença de autoridades políticas, civis, militares, Ministério Público, juízes de Direito, empresários, imprensa e população. Vale registrar a patriótica manifestação de um empresário com a doação de um terreno para construção de um presídio.
Quanto a este, entre as alternativas que foram apontadas, na minha opinião que me parece a mais indicada para a nossa região, seria a construção de um presídio com modelo de gestão partilhada em parceria público-privada (PPP). Neste sistema, a empresa privada recebe do Estado a tarefa de administrar o presídio. Em Santa Catarina, o modelo de gestão compartilhada é adotado na Penitenciária Industrial de Joinville e no novo presídio recém inaugurado em Itajaí (jornal "A Notícia" - 13/03/2011). Um dos principais objetivos é fazer a ressocialização dos indivíduos e fazer com que os mesmos tenham uma atividade.
Peço escusas por estar me estendendo e abordando simultaneamente assuntos de várias naturezas, mas o meu propósito é deixar um alerta para que não haja acomodação.
O tempo que tem demandado para que as obras aconteçam em nossa região é de longa maturação.
RESPONSÁVEIS
Devemos manter a chama acesa.
Necessitamos que, particularmente, os nossos prefeitos, que são os maiores responsáveis pelo atendimento da nossa população, passem a se posicionar de forma mais categórica e até intransigente se necessário, a exemplo do que têm feito o Ministério Público e os Consegs, como igualmente alguns empresários do ramo de transportes.
Neste relato quero destacar também o drama de toda a população que necessita trafegar na Rodovia SC-422 - Rio Negrinho/Volta Grande, que recentemente também se manifestou.
Finalizo destacando o exemplo de civilidade com que tem se portado a nossa população diante de todas as catástrofes que estamos vivenciando, particularmente em suas manifestações pacíficas e ordeiras.
* Ex-senador da República