Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
13/03/11 Dom: Gn 2,7-9; 3,1-7 - Sl 50 - Rm 5,12,17-19
EVANGELHO: O Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome. Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: "Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães"! Mas Jesus respondeu: "Está escrito: 'Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus'". Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: "Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: 'Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'". Jesus lhe respondeu: "Também está escrito: 'Não tentarás o Senhor teu Deus'"! Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, e lhe disse: "Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar". Jesus lhe disse: "Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: 'Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto". Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus. (Mt 4,1-11).
Na tradição que vai de Jesus aos Evangelhos, a narração das tentações serve para ilustrar o messianismo de Jesus, mostrando como ele se recusa a assumir o poder político (Lc 6,45; Jo 6,15), a fazer um milagre que obrigasse seus ouvintes a crerem nele (Lc 11,16; Mc 8,11) e a seguir um caminho que evitasse a cruz para trazer o Reino (Mc 8,31-33): o ministério de Jesus foi todo tentação, do início ao fim. Já nos próprios Evangelhos, o relato das tentações tem um valor pragmático mais amplo, mostrando o significado salvífico do ministério de Jesus à luz da totalidade da história da salvação.
Depois do batismo, que corresponde à passagem do Mar Vermelho, Jesus percorre no deserto o caminho de Israel; enquanto, porém, todo o povo sucumbiu às tentações e morreu, Jesus supera-as e, assim, abre passagem para a terra prometida, para o Reino de Deus.
Ainda que Jesus tenha sido tentado ao longo de toda a sua vida, as tentações têm uma conexão particular com o batismo. O batismo sinaliza e contém a opção fundamental de Jesus: a solidariedade com os irmãos, em obediência ao Pai. As tentações mostram - sob a forma de luta contra a opção contrária - os custos desta escolha. A escolha contrária consiste em buscar o poder de qualquer tipo e a qualquer custo, sempre, é claro, 'para fazer o bem'! O problema é que o poder colide com a solidariedade com os irmãos e, portanto, com a obediência ao Pai.
O Evangelho mostra quanto pecamos 'para fazer o bem', de modo que, vendo nossas quedas, nos levantamos. Se errarmos o alvo, temos que fazer um sério discernimento e a escolha certa: entre ser e ter; entre poder e servir; entre aparecer e desaparecer. A escolha vital custa toda a vida: podemos cair e, com frequência, caímos.
14/03/11 - Seg: Lv 19,1-2.11-18 - Sl 18 - Mt 25,31-46
15/03/11 - Ter: Is 55,10-11 - Sl 33 - Mt 6,7-15
16/03/11 - Qua: Jn 3,1-10 - Sl 50 - Lc 11,29-32
17/03/11 - Qui: Est 4,17n.p-r.aa-bb.gg-hh - Sl 137 - Mt 7,7-12
18/03/11 - Sex: Ex 18,21-28 - Sl 129 - Mt 5,20-26
19/03/11 - Sáb: 2Sm 7,4-5a.12-14a.16 - Sl 88 - Rm 4,13.16-18.22 - Mt 1,16.18-21.24a