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O Zé e os seus tons

Segunda, 14 de março de 2011

 

 

Participamos da entrevista coletiva do grande tropicalista

 

Tom Zé é um dos maiores nomes da música brasileira - e isso não se discute. O que muita gente não sabe é que ele já foi reverenciado no exterior simplesmente como “genial” e “pai da invenção”, entre outros rasgados elogios da mídia especializada. Na noite de segunda para terça-feira, ele foi a atração principal do Festival Psicodália, realizado na Fazenda Evaristo, em Rio Negrinho. Evolução participou da sua entrevista coletiva, concedida ainda na tarde de segunda.

Seu primeiro disco é de 1968, contendo inclusive “São, São Paulo, Meu Amor”, faixa com a qual ganhou o primeiro lugar (Júri Especial) do lendário Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela Record. Até 2010, quando lançou “Pirulito da Ciência”, seu mais recente álbum, Tom Zé tem sido taxado como uma das mais criativas figuras brasileiras, detentor de diversas homenagens e principalmente de reconhecimento do chamado público underground.

Em Rio Negri-nho, durante pouco mais de meia hora, mesmo com seus 74 anos, atendeu pacientemente à imprensa. Questionado sobre seu processo de criação, disse que em sua cidade-natal (Irará, Bahia), “a principal e farta moeda que circulava era a palavra”. Para ele, “essa foi a primeira escola” da sua vida. “Foi o princípio de tudo”, comentou. A respeito da Ditadura Militar, o artista, “falando língua de gente”, afirmou que existiam pessoas “que queriam aproveitar o charme” do período, “querendo ser heróis”, conforme ele. Em um show em São Paulo, ao ouvir que a Ditadura havia chegado ao fim, ironizou no próprio palco: “Socorro, a censura acabou!”.

Indagado pelo Evolução sobre os “piolhos do século XXI” (em alusão à música “Curiosidade”) e se “o século XXI é o século do Brasil”, Tom Zé disse que “chegou uma pessoa mais séria ainda” à presidência da República, referindo-se a Dilma Rousseff. “Essa moça parece ser muito séria”, definiu. “Mas se depender do povo, é o século do Brasil?”, insistiu o jornalista Elvis Lozeiko. “Parece um momento interessante, mas não sei...”, falou. “Faça umas perguntas mais fáceis”, brincou.

A respeito da sua rotina de vida e sobre o fato de aceitar o convite para o Psicodália, o artista ressaltou que alimenta-se de uma “maneira verdadeiramente cuidadosíssima, para ter energia” e para fazer suas performáticas apresentações. Ele também comentou que “não pode” consumir bebidas alcoólicas mais atualmente. Tom Zé destacou que para ter “alegria para subir ao palco” ele se prepara “como um religioso”. Participar do festival em Rio Negrinho, falou, foi “comovente” - e ver a juventude reunida junto à natureza “é motivo de muita alegria”.

 

Algumas músicas do repertório

“Vá Tomar”

Meta sua grandeza

no banco da esquina,

vá tomar no verbo

seu filho da letra

meta sua usura

na multinacional

vá tomar na virgem

seu filho da cruz.

Meta sua moral,

regras e regulamentos

escritórios e gravatas

sua sessão solene.

Pegue e junte tudo

passe vaselina

enfie, soque, meta

no tanque de gasolina.

 

Fliperama

Flip, flip, flip (2x)

Flipé - pépé - pépé - pépé

Rará - rará - rará - rará

Rará - rará - rará - rá

Râ - mamá - mâma - mamá - mamá, fliperama

O louco comandante Flip

com a sua moedinha

quer fazer uma guerra na Terra

Oferece um caminhão e o seu cinturão

Que para a batalha não falha.

E no quarto faz com ela

A terceira arruela

Do amor que tem a violência,

Com o pirulito da ciência - á - á - á - apelo!



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