A Rainha Ester

O que escrevo aqui tenta estar de acordo com ministração do facilitador Marcelo Barbosa Lima, desde já ressalvando que qualquer imprecisão a responsabilidade é integralmente minha e não dele. Assuero era casado com Vasti. Em certa feita o rei mandou vir a rainha desfilar diante de seus convivas para mostrar a beleza de sua mulher e ela rejeitou a requisição. O rei, então, se enfureceu. Os conselheiros do rei orientaram o rei a despedir sua mulher. Pois lhe disseram “se isto cair no ouvido do povo, nenhuma mulher quererá obedecer ao seu marido daqui para frente”. Assim, o rei mandou sua mulher embora. Ocorreu que a saudade começou a apertar e então disseram os servos do rei: busquemos mulheres virgens e formosas para alegrar o coração do rei. Assim se fez, todas as virgens em idade núbil foram colocadas à disposição do rei. Entre as virgens havia Ester que também fora para a fortaleza de Susã, na casa das mulheres. Hegai, o eunuco que guardava as virgens se agradou de Ester e lhe deu benesses. Deu-lhe o melhor lugar na casa das mulheres e mais sete moças para lhe servirem. Tudo isto, como se vê, Ester recebeu de graça. As moças ficaram durante doze meses se preparando para visitar o rei. Seis meses se purificavam com óleo de mirra e seis meses com outras especiarias. Isto faz-me lembrar dos reis magos que visitaram o menino Jesus, e lhe ofereceram ouro para destacar sua realeza, incenso seu sacerdócio e mirra, para indicar com que tipo de morte haveria de morrer. Isto significa que a preparação envolvia algo de mortificação além de embelezamento. Chegado o dia do encontro com o rei cada moça poderia levar o que quisesse da casa das mulheres para o camarim realengo. O que Ester levaria? Ungüentos? Ervas afrodisíacas? Decidiu não levar nada. As outras que muito levavam tiravam o foco de si mesmas e distraíam a atenção do rei. Ester somente levou o que Hegai lhe aconselhou e a Bíblia nem diz o que é. Melhor para ela, porque Hegai tinha intimidade com o rei e sabia do que ele gostava. Assuero simboliza o Cristo e Ester a Igreja. Cristo é o noivo e a Igreja a noiva. Assim como Ester não se locupletou de bens para visitar Assuero, devemos nos apresentar diante de Deus com um coração despojado. Temos que pensar que no tempo da poligamia, ocasião em que os homens ricos poderiam ter várias mulheres, uma era a preferida e as outras ficavam na periferia embora partilhassem o leito com seu senhor. Ester agradou tanto ao rei que fora coroada rainha. Isto muda o plexo de relações entre a Casa Real e as tribos que compunham o reino. Ester era judia e, a princípio não revelou sua origem, conforme ordem de Mardoqueu, seu tio que a adotara. Mais tarde se verá que o povo judeu seria poupado da espada em função da posição privilegiada de Ester. O nome Ester vem do persa e significa estrela. De fato o brilho de Ester não foi ofuscado por nenhum outro brilho. Oficializada a união com Ester na qualidade de rainha Assuero dá um banquete para Ester. Várias vezes a Bíblia retrata o Reino Futuro como um banquete. A função da rainha é servir ao rei da mesma forma que o papel da Igreja é servir a Cristo. Ainda que Ester tenha encantado o rei pela sua beleza, ninguém pede para nascer belo ou feio, a gente simplesmente nasce. O biótipo é dom de Deus, é graça, é pela graça que se alcança a graça. Nossos méritos não são nada para Deus. Deus usa as coisas fracas e apagadas que não são para confundir as fortes que são. Ester ainda chama a atenção para o exercício de um papel. Naquela época o papel da mulher era diferente do que o de hoje. Mas, historicamente, cada um de nós, de acordo com seu sexo, idade e condição é convidado a desempenhar um papel. Ester fez o dela, façamos o nosso.