Carlos Etchichury, de São Miguel do Oeste | carlos.etchichury@zerohora.com.br
Dos 23 sobreviventes da tragédia envolvendo gaúchos na madrugada de sábado, na BR-282, em Descanso (SC), entre São Miguel do Oeste e Maravilha, 14 permaneciam internados no início da manhã de hoje, em cinco hospitais localizados na região oeste catarinense: sete no Hospital Regional, quatro no São Miguel, um no Casa Vitta, em São Miguel do Oeste, um em Concórdia e um em Chapecó.
Os pacientes em situação mais grave são Jussara Lemel dos Santos, 28 anos, que permanece na UTI do Hospital de Concórdia, e Magnus Joel Schmidt, internado na UTI do Hospital de Chapecó.
Os primeiros pacientes liberados deixaram o Hospital Regional, o maior da cidade, no início da noite de ontem. Por volta das 19h, uma ambulância levou um grupo de seis pessoas, acompanhadas de seus familiares, para Santo Cristo e Santa Rosa, no noroeste do Rio Grande do Sul.
Internado com escoriações leves, o pequeno Leonardo Weis, quatro anos, filho único e órfão do pai, o metalúrgico Ari Weimer, 49 anos, e de mãe, Marli Ickert, funcionária de um escritório de contabilidade, mobilizava as atenções de familiares, amigos, funcionários e demais pacientes. Não pelo seu estado de saúde, que é regular. A preocupação é com o impacto que a notícia da morte dos pais terá no menino, que ainda não sabe o desfecho da tragédia. O menino foi liberado para voltar para casa hoje pela manhã.
— Hoje teremos que falar para ele que os pais morreram. Não vai ser fácil — lamenta Marcelo Berres, 46 anos, tio de Leonardo.
Entre ontem e hoje, a PRF de Maravilha entregou cerca de 30 malas de vítimas para familiares. Pelo menos outras 20 serão entregues hoje à tarde. A previsão é de que o carregamento de 90 metros cúbicos de madeira, arremessadas como ceifadeiras contra o ônibus, provocando mutilações nas vítimas, sejam removidas hoje à tarde.