Flávio Schuhmacher: "Pensando mais no amanhã do que no hoje" (Foto Elvis Lozeiko/Evolução) Diz a Assessoria de Imprensa da prefeitura que o salário dele continuará sendo de R$ 5.895,35 mesmo após assumir uma função no governo do Estado
São Bento - "Pensando mais no amanhã do que no hoje", o vice-prefeito Flávio Schuhmacher, também presidente do Democratas (DEM) de São Bento do Sul, reuniu a imprensa nesta semana, no plenarinho da Câmara de Vereadores, para anunciar que aceitou convite do seu "guru político", o governador Raimundo Colombo, para exercer uma função no governo estadual - a partir de abril. "Falei com ele longamente", revelou. "Os detalhes, ficamos de acertar". Falando das "preocupações e dificuldades como vice", ele citou: "A decisão não foi tomada só pela minha pessoa, mas pelo partido".
Flávio explicou que procurou também as "principais lideranças políticas da região". Ele afirma que contou sua decisão ao prefeito Magno Bollmann (PP) um dia antes da entrevista, na inauguração da nova sede do Serviço Social do Comércio (Sesc). Na ocasião, explicou o vice, estavam presentes o chefe de Gabinete do governo, Cláudio Schultz, e o deputado estadual Silvio Dreveck (PP), ex-prefeito são-bentense.
SEM PALAVRAS
Magno viajou a Brasília na sequência e retorna hoje, sexta-feira. No início da tarde de ontem, Evolução conversou com o prefeito por telefone. "Prefiro não me manifestar sobre isso", disse Magno, questionado sobre a decisão do seu vice. "Primeiro quero me inteirar". Flávio Schuhmacher, na entrevista coletiva, declarou que o DEM "não tem mais compromisso com o governo Magno".
O vice disse que, a respeito de possíveis exonerações de partidários do DEM da prefeitura, "se o prefeito achar que tem que mandar embora, é por conta dele". Flávio revelou que tinha "uma série de dificuldades internas" na prefeitura, como "vetos", "boicotes" e "informações que não chegam", segundo suas próprias palavras. "Não sou bem vindo para algumas pessoas", definiu. "Há pouco menos de um ano acabou o Flávio", desabafou. "Tenho pedido uma reunião entre os partidos - e ela não acontece", revelou.
"NOSSO GRUPO É O MELHOR"
Flávio Schuhmacher também não deixou de criticar o PP. "Tem pessoas que se sustentam politicamente nos cargos - e isso atrapalha a administração", comentou. O vice afirmou que "já na composição da equipe" de governo não foi priorizado "o caráter técnico" dos integrantes. Flávio registrou, referindo-se à coligação: "O nosso grupo é o melhor entre todos os partidos". Segundo ele, porque tem - ou tinha - "pessoas em funções certas". Ele também anunciou que "o projeto do DEM é ter um candidato a prefeito" em 2012. Questionado pelo Evolução pelo fato de não ter assumido a Secretaria de Saúde, Flávio argumentou que não o fez porque, na ocasião, tinha pretensão de ser candidato a deputado federal.
APOIO POLÍTICO
"O que eu pleiteei foi a (Assessoria de) Imprensa", disse. "Pedi várias vezes". Na semana passada, Flávio foi convidado pelo prefeito Magno para assumir a Secretaria de Administração, pois o até então titular, José Canísio Tschöke, vai para a Secretaria de Finanças, cujo ex-titular, Célio Silva, voltou à iniciativa privada. Flávio também não assumiu a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional (SDR) de Mafra "porque tinha outro projeto" - justamente assumir um cargo em Florianópolis.
Ele afirmou que "poderá trazer mais benefícios para a cidade" atuando na capital do Estado. Na entrevista coletiva desta semana, os vereadores Antônio Tomazini e Josias Terres, ambos do DEM, disseram que o governo Magno Bollmann tem "apoio político garantido" na Câmara, "até o final do mandato".
CARGOS
Alguns membros do DEM, integrantes do governo, já anunciaram que estão deixando a administração, como Clélia Roesler, secretária de Assistência Social, e Luiz Novaski, diretor de Trânsito. "Estou aguardando o retorno do prefeito de Brasília", disse Clélia. Conforme o Departamento de Comunicação/Assessoria de Imprensa da prefeitura, oficialmente ninguém mais pediu exoneração. Ainda de acordo com o setor de Comunicação da prefeitura, mesmo indo ao governo do Estado o vice-prefeito Flávio Schuhmacher continuará "recebendo normal" o seu salário de R$ 5.895,35.
"Ele só deixará de receber se renunciar ao cargo", explicou o responsável pelo departamento, Fabiano Kutach. Se o prefeito Magno se ausentar do país ou se afastar do cargo por um período maior do que quinze dias, conforme Fabiano, Flávio assume a prefeitura, "a não ser que renuncie". Caso o período de afastamento seja inferior a quinze dias, não há necessidade de transmissão de cargo, explicou Fabiano.