Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)
Advogado
Filósofo
Jornalista (DRT 3792/SC)
Ainda me vem fresco na memória o governador Serra mandando a Polícia Militar descer o cassetete nos professores do Estado de São Paulo. Em professor não se bate nem com uma flor. Isto faz fervilhar revolução em minhas veias. Eu que tanto amo a educação. Quando fico sabendo que a Rede Globo queimou o José Dirceu porque ele, como chefe da Casa Civil, honestamente se recusou a doar R$ 3 milhões para que a emissora quitasse um empréstimo junto a um banco norte-americano cobrindo dívida referente à ampliação do Projac. Fico indignado quando sei que o orçamento da União é de R$ 1,3 bilhão e que às vezes 70% disso têm de ir para a Globo para ela não destituir o presidente, assim como fez com o Collor. Hélio Costa, Ministro das Comunicações, é pau mandado da Globo, inimigo das rádios comunitárias que defendem a democratização dos meios de comunicação e promovente dos oligopólios das comunicações. O MST tem como lema “Ocupar, resistir e produzir”. As rádios comunitárias têm como lema “Ousar, resistir, transmitir sempre”. Santa Catarina é o Estado de maior conectividade do país. Serra mandou 180 hackers distribuir material na internet denegrindo a imagem de Dilma. Isto é imoral. A Direita quer implantar na cabeça das pessoas que a Esquerda vai cercear a liberdade de expressão. Nada disto, a Esquerda vai ampliar. A Rede Globo só está preocupada com a liberdade de expressão dela e não de outros veículos de informação. A Central Globo de Produção é um gabinete hermeticamente fechado onde há a concentração da produção e distribuição de informação. Precisamos investir em veículos de informação em que o povo possa não só receber a notícia, mas produzir a notícia. Precisamos de pluralidade de polos de produção da informação e um caminho de mão dupla entre quem recebe e produz informação. A cada 300 imagens que a Globo produz, uma apenas vai ao ar. Vemos aí um dirigismo ideológico da informação. Querem afetar nosso entendimento para este ou para aquele lado. Vamos continuar permitindo que um canal de televisão continue inculcando em nós sonhos, desejos, vontades e pensamentos? Não temos autonomia para determinarmos nossos fins, inclusive em quem vamos votar? Não é admissível que um país com 500 anos de história, caminhando para ser a quinta economia mundial, perca tempo numa campanha presidencial com temas religiosos medievais para tirar nossa atenção do que realmente interessa.