Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 4º Domingo do Tempo da Páscoa, o Evangelho de João, mostra que no Antigo Testamento, eram chamados ‘pastores’ os dirigentes do povo: Moisés, Josué, Davi. Duramente criticados pelos profetas, os maus ‘pastores’ são chamados de lobos. As promessas dos profetas mantém viva a esperança de verdadeiros pastores. Aliás, espera-se que Deus mesmo reunirá Israel e o leve às fontes da vida. Neste texto, Jesus se apresenta como o Filho que conhece o amor do Pai e tem o seu mesmo propósito: dar vida e liberdade aos irmãos. Por isso, ele se apresenta como o pastor ‘belo’, conforme o original grego, e verdadeiro. Contrapõem-se aos pastores feios e falsos, dos quais somos geralmente vítimas. Seguindo Jesus, o ‘belo pastor’, podemos tornar-nos o que somos: filhos do Pai e irmãos entre nós. Jesus, na verdade, propõe uma outra cultura: no lugar de uma cultura de competividade, rivalidade e violência, uma cultura de fraternidade, solidariedade e amor. A primeira é uma realidade; a segunda, o sonho que devemos construir. Jesus é o pastor ‘belo’ que quer nos libertar da feiúra da ‘violência’ que domina as nossas relações, interpessoais, sociais, econômicas e política, onde o mais forte de turno, apelando à violência sutil ou bruta, vence e substitui o mais forte do turno anterior. O pastor Jesus, modelo, porque imagem do Pai, é o único que pode levar a um novo tipo de vida. Ele, como os carneiros de Enoc, curados pelo pastor, enxerga e, portanto, está em condições de conduzir o rebanho. É preciso ‘ver’ para não se machucar ou para se machucar menos! A palavra de Jesus é, neste sentido, uma polêmica com os chefes do povo, que o ex-cego não quer mais seguir. Jesus faz a diferença entre o seu modo de agir e o deles. Jesus liberta, devolve a vista, dá nova visão, dá luz e vida, enquanto eles só oprimem, depredam e escravizam. Os primeiros versículos de João capítulo 10 contrapõem o pastor e o ladrão. Enquanto o pastor entra pela porta, reconhecido pelo guarda e pelas ovelhas, chama-as pelo nome, tira-as do recinto e caminha diante delas, o ladrão evita a porta, sobe por outro lado, as ovelhas não o reconhecem a sua voz, não o seguem, aliás, fogem dele. Apesar de toda a clareza da apresentação das duas figuras, o evangelista anota que os ouvintes não entendem. São cegos que pensam enxergar. O cego de nascença, porém, que foi iluminado, entende e enxerga com nitidez! À noite, as ovelhas são guardadas no curral. De dia, só ficam no curral para serem ordenhadas e tosadas, vendidas ou mortas. Abandonadas aí, porém, ficam fracas e morrem de fome ou de sede. É o que os maus pastores fazem com o povo: escravizam-no, tiram os seus bens, matam sua liberdade. Jesus, o ‘belo’ pastor, veio salvar os irmãos dessa escravidão, liderando um novo Êxodo. De todas as escravidões, a pior é a ideológica, que anda de mãos dadas com a religiosa. Toda religião e ideologia que não respeitam o ser humano, inclusive em sua liberdade de errar, são também contra Deus. Por isso, a pergunta que se deve fazer a toda religião e ideologia é muito simples: respeita ou anula o ser humano? É de santo Irineu de Lião a conhecida sentença: “A glória de Deus é a vida do homem! Fala-se, nos últimos tempos, do abandona da fé por parte de não poucos cristãos que, por diversos motivos, foram se distanciando da prática religiosa, deslizando progressivamente para a indiferença religiosa. Hoje se começa a falar, em alguns lugares, de um fenômeno ainda, minoiritário, mas, nem por isso, menos significativo: pessoas que tinham se afastado da religião iniciam um caminho de volta à recuperação de sua fé!
12/05/14 – Seg: At 11,1-18 – Sl 41 – Jo 10,11-18
13/05/14 – Ter: At 11,19-26 – Sl 86 – Jo 10,22-30
14/05/14 – Qua: At 1,15-17.20-26 – Sl 112 – Jo 15,9-17
15/05/14 – Qui: At 13,13-25 – Sl 88 – Jo 13,16-20
16/05/14 – Sex: At 13,26-33 – Sl 2 – Jo 14,1-6
17/05/14 – Sáb: At 13,44-52– Sl 97 – Jo 14,7-14
Seja um participante fiel, na sua Igreja, ofereça o Dízimo!