Pedro Alberto Skiba (Reticências)
Diretor do Jornal Evolução
Conselheiro da Ordem dos Jornalistas do Brasil
Patrono da Associação Catarinense de Colunistas Sociais (ACCS)
Membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi)
Vice-presidente do Conselho Deliberativo da Federação Brasileira de Colunistas Sociais (Febracos)
Diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet/SC)
Consul do Poetas del Mundo
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A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer
A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer
Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer
Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer
Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qual é
E dizer venha pra o que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá (Arnaldo Antunes)
Um ótimo preâmbulo para o que quero escrever. Você pode até discordar e não gostar de ler este artigo mas é sempre bom um pouco de nostalgia e reflexão. Afinal o que é envelhecer? Contar tempo? Somar experiências? Viver? Sim! Viver, porque nascemos para morrer. Desde o primeiro dia de vida é um a menos na contagem do nosso tempo e nunca um a mais. É como aniversário. Todo mundo diz, mais um ano. Contrário, menos um ano. O passado não volta. Aí começamos a refletir e eu mais ainda. Sou de uma família de 18 tios, 9 de cada lado, imaginem o número de primos. Pois é. Não tenho mais pais, só a saudades. Dos tios não resta um só, todos também já estão no andar superior. Aí você começa a cair na real. O cachorro sempre foi Dick, o que mais durou foi 18 anos, depois veio o Tobi e por último o Bob. Gatos foram inúmeros e inesquecíveis mimis. Nunca fui de criar passarinhos. Preferi criar ilusões e deixá-los soltos para enfeitar a natureza. Saudades das pescarias na beira do Iguaçu, das enchentes em União da Vitória. Das marotezas de adolescente. Do cigarro escondido. Da gazeta nas aulas e dos banhos pelado no Iguaçu para não chegar com o calção molhado em casa. Na época cueca era coisa de luxo e para rico. Da bicicleta emprestada ou pega às escondidas, nunca tive uma minha, nem por isso sou revoltado. Das surras com vara de marmelo ou cinto, prá não esquecer do rabo de tatu. Do castigo na escola. De cara para a parede ou de joelho em grão de milho. De escrever 100 vezes quando era pouco a mesma frase em caderno de caligrafia. Da fanfarra do colégio. Das brincadeiras em valas a céu aberto, construindo represas e brincando de roda d’água. Os carrinhos de rolimã, feitos por nós mesmos. Das bolas de meia. Da espingarda ou garrucha com cano de guarda-chuva e gatilho de fivela de cinto. Das brincadeiras com bola de gude, e de vez em quando uma vidraça de vizinho como alvo. Das peladas no campo do Flamenguinho, como lembra Balardine. Das brigas na saída do Túlio de França, tudo acertado durante o recreio. Da tachinha na cadeira do padre Mateus Demeterco durante a aula de latim. Da cobra que o Airton Plaizant levou para dentro da sala. Dos espelhinhos – aqueles redondinhos – no chão da sala para espiar a parte baixa das meninas quando passavam no corredor. Das colas em véspera de provas, feitas com tanta atenção que se aprendia a matéria. Das loucuras de lambretas com escapamento aberto, calça Lee importada do Paraguai e meia vermelha inspirados em James Dean. Do sapato Clarck, ponta quadrada. Do namoro escondido, aquela época aparecer em público já era um risco, pegar na mão só para dar pêsames e beijar então só na imaginação. Do pedido de noivado. Tudo conforme rezavam os manuais e os bons costumes de antigamente. Sala cheia, vermelhidão no rosto e muita coragem Do casamento e do nascimento do Rodrigo e da Ana. Quanta ansiedade, quanta alegria, quanta preocupação. Nunca fui de usar glostora ou outro fixador de cabelo. Do champanhe, aliás Sidra é mais verdadeiro, com roumops na calçada do bar do Chico. Da aventura com a Kombi turismo do Willi em companhia do Balardine e do estrago causado. Das arrancadas com o Farline 1957 queimando pneu em plena avenida Manoel Ribas. Da minha emancipação com 16 anos através de escritura pública para poder assumir a responsabilidade da empresa onde trabalhava (Paraná Dourado & Cia). Da caneta Park 61 com a qual assinava os cheques e aceitava as duplicatas. Dos romaneios de madeira calculados nas antigas Facit. Das tardes dançantes no Clube Apolo. Começavam às 17:00 horas. Dos passeios empilhados em um carro e o Coas sempre querendo ocupar a janela da frente. Das serenatas com toca disco a pilha ou o saudoso João Pedro Gomes, e sua voz de aluguel. Sustentávamos ele do cigarro ao cuba e cinema para não nos deixar na mão. Dos pratos de cuque que o Dr. Cyro Correa amarrava e nos abastecia do terceiro andar onde morava, quando fazíamos serenata para a Larise que morava no mesmo prédio. Da dona Edith e seu Pedrinho, todos saudosos também, e que abriam a casa na madrugada para entrarmos e tomarmos um café no cortejo que o também já saudoso Luiz Carlos fazia para a Marisa. Das matines no Luz, Odeon e Ópera, onde a turma das meninas, todas estudantes do Colégio Santos Anjos, só não levavam as freiras junto. Tinha também a matinada às 10:00 da manhã. Da zona da Odete e da Chiringa à beira do rio. Do carro do saudoso amigo Willi, tirado empurrado da garagem para as aventuras noturnas. Das encalhadas e do socorro do Odilon chamado nas madrugadas. Dos carnavais e das fantasias para que não fossemos reconhecidos, naquela época valia tudo. Dos porres, das ressacas e das juras que nunca mais beberíamos. Do romantismo de desfilar em frente ao Colégio Santos Anjos para ver a namorada na janela. Do primeiro emprego. Naquela época não era proibido nem crime trabalhar com 10 anos. Era aprendizado. Do trabalho na Rede Ferroviária Federal e dos amigos que fiz. Do desafio de implantar uma empresa em Dourados no Mato Grosso, na época dividindo a terra com índios. Do início em auditoria na Audit em Joinville, a convite do também saudoso Willian Kohler. Da direção do Procape (Secretaria da Fazenda) no governo Jorge Bornhausen; Da sociedade com o finado Harolldo Nielson ma antiga Metúrgica Hardt em Joinville. Da chegada em São Bento do Sul em 1982 e de assumir duas empresas a beira da falência (Rovel e Artematic) e que nenhuma aconteceu. Da fundação de uma empresa em Massaranduba e do Jornal Evolução em companhia do Hermes Brunquell e Fernando Jeller, permanecendo até hoje. Pois é. Você já viu que o tempo passou. Ah. Também como todo jovem fizemos muitas cagadas e se passamos é porque tínhamos uma missão para cumprir. Os acidentes foram muitos. As imprudências idem. Apenas uma diferença. As velocidades eram menores e o número de oportunidade e carros nem se compara. Na época era mais fácil contrair uma doença venérea do que morrer em acidente de moto ou automóvel. Bem. Divaguei um monte. Mas, o que queria dizer mesmo é que estou envelhecendo. Já enterrei vários primos e tem uns sobreviventes que já passaram dos 80. Sou avô, embora arrimo, apenas um neto e já com 17 anos. Então estou no lucro. Ah. Também sou imortal. Tenho orgulho de pertencer a Academia de Letras do Vale do Iguaçu – cadeira 32 – Patrono Frei Libório Lueg. Nada que garanta e perpetuação, mas talvez a lembrança. Também uma das últimas e agradáveis surpresas é pertencer como Cônsul do Poetas Del Mundo. Confesso que é preocupante quando começamos a fazer estas reminiscências, mas chegarei aos 69, uma ótima idade, mas uma posição um tanto desconcertante e com a visão já meio turva, a paisagem não é das mais agradáveis Parabéns para mim no próximo dia 25. Que venham outros se Deus quiser e que eu possa rememorá-los.
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Atenção Detru
A colocação do semáforo na rua Tomaz Vidal Ramos, esquina com Wunderwald (Lojão Topa Tudo) resolveu um grande problema, mas pela pressa dos motoristas acabou causando outro grande risco. Quem segue no sentido da Wunderwald (Bairro Centenário), não quer perder tempo e entra antes do semáforo a direita na Travessa Castro Alves, sem calçada para pedestre e estreita como o nome já diz. Ali transitam vários pedestres até porque o bairro não possui linhas de ônibus urbanos, além da entrada da Intercontinental abrigando várias empresas em condomínio. Os jovens chegam a subir de costas para poderem se proteger dos veículos que ali sobem. Tem também uma garagem de caminhões de uma verdureira, que muitas vezes abusadamente estacionam na frente da casa criando ainda mais dificuldades para um trânsito que tem sentido duplo. Nossa sugestão é que se revise o sentido da Travessa transformando-a desde a Honório Zschoerper em mão única no sentido descida Tomaz Vidal Ramos. Merece estudo antes de uma tragédia anunciada. Quem está de carro não custa rodar 100 ou 200 metros a mais. Eu próprio serei um que terei que me adaptar as novas normas e percorrer metros a mais, mas com segurança e proteção de quem anda a pé.
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Pedradas do Pedroka
- Conversei com o ex-vereador Tadeu Nascimento (PT), que me disse acreditar que o partido terá candidato a deputado estadual e que o mesmo deverá ser o vice-prefeito Arildo Gesser. Falou tá falado.
- Agora já não sei mais se foi quebra de protocolo ou preferência. O fato é que o prefeito Tureck andava bastante distante dos eventos sociais. Na segunda, compareceu ao jantar dos 20 anos do Rotary.
- Moradores do Schrann, revoltados com o anúncio de construção de uma Cozinha Industrial no Bairro. Segundo os mesmos as áreas destinadas são de preservação e com nascentes.
- Audiência com o prefeito e pedido de relocalização foi entregue. Desdobramentros virão.
- Assunto também já está nas mãos do Promotor de Justiça.
- Aviso aos navegantes. Não sou privilegiado com informações. Faz parte da minha profissão e graças a Deus tenho ótimas fontes. Também ninguém conta segredo para jornalista.
- Pergunta que não quer calar e sem resposta. Se teremos um presidido industrial, o dinheiro virá do Estado. Uma cozinha INDUSTRIAL, dinheiro do mesmo patrão, por que não tudo junto e misturado e ainda de lambuja uma horta para ser cuidada pelos “reeducandos”. Seria falta de planejamento?
- Dizem que o “baixinho”, Aguiar está se mexendo para viabilizar a quimioterapia (UNACON) para São Bento do Sul. Já sabe que se não conseguir é o mesmo que dar um tiro na cabeça. É o mínimo que se espera de quem declarou publicamente que isto já era uma realidade em 23 de agosto de 2013. Continuamos cobrando. Salve Jorge!
- Prefeito Tureck, pior que não mudar de ideia e não ter ideia para mudar. Estaremos juntos para encontrar uma solução para o problema da Cozinha Industrial, que para mim não é problema é solução, desde que localizada onde inclusive a mão de obra já está sendo paga.