Mulher disse que abandonou a menina com a expectativa de que alguém a encontrasse

São Bento - Foi identificada na tarde desta segunda-feira a mãe da recém-nascida encontrada no último sábado em um ponto de ônibus do bairro Centenário, em São Bento do Sul, no Planalto Norte de Santa Catarina. A mulher de 27 anos, que não teve a identidade divulgada para preservar o bebê, disse que deixou a menina dentro da sacola plástica no local com a expectativa de que alguém a encontrasse e cuidasse dela.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Gustavo Alves, a mulher não parecia ter a intenção de matar a criança. Ela disse, em depoimento, que não tem condições de criar a menina e que deu à luz em casa, no mesmo bairro onde o bebê foi encontrado.

A mulher, que trabalha como auxiliar de serviços gerais, foi encontrada após uma denúncia anônima. Ela foi indiciada por abandono de incapaz, e pode pegar de seis meses a três anos de prisão.

Menina segue internada

Pelo menos por mais dois dias, a menina encontrada no ponto de ônibus deve seguir internada no Hospital Sagrada Família. A pequena passa bem, pesa cerca de 3 quilos e mede 46 centímetros.

O destino da criança ainda não está definido. O Conselho Tutelar de São Bento do Sul vai encaminhar um relatório ao juiz da Infância e Juventude sobre a situação da criança. Só a partir daí, a Justiça deverá decidir com quem a menina ficará.

Segundo o Conselho Tutelar, a guarda da criança pode ficar com algum familiar que se apresente ao órgão. Caso ninguém apareça, ela pode ser abrigada por um grupo de famílias de apoio e, dependendo da situação, ser colocada para adoção.

As pistas

Nossa reportagem que na segunda-feira conversou com o delegado Gustavo, repassou a este informações que recebeu de uma enfermeira, que a a pessoa com as carcaterísticas da identificada havia procurado uma clínica para fazer uma curetagem, uma vez que alegou ter sofrido um aborto. O médico que a atendeu, reconheceu que havia examinado a mesma em outra ocasião e que estaria grávida de aproximadamente 7 meses. Como ela apresentava restos de placenta e sangue, foi recomendado que procurasse o Hospital Sagrada Família, o qual também foi comunicado. Daí até a identificação foi apenas uma questão de horas. A pedido do Delegado Gustavo mantivemos a informação em sigilo para não atrapalhar as investigações.