Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
Facebook Jornal Evolução       (47) 99660-9995       Whatsapp Jornal Evolução (47) 99660-9995       E-mail

Alcione Hinke: “No Ensino Fundamental conseguimos atender a demanda de 100%"


Professora Alcione Hinke, secretária Municipal de Educação de São Bento do Sul, falou com nossa reportagem e explicou a situação da sua pasta neste início de ano letivo

 

Clique para ampliar
“A maior dificuldade que eu vejo é a rotatividade de professores” (Foto Pedro Skiba/Evolução)
  

EVOLUÇÃO – Como está este início de ano na educação do Município?

ALCIONE HINKE – Acredito que dentro da normalidade daquilo que havíamos previsto. Apesar que todo início de ano é uma nova etapa sempre tem alguns desafios novos com a demanda principalmente na área da educação infantil – creches – que nunca temos uma previsão exata de como vai ser o que é diferente do Ensino Fundamental. No Ensino Fundamental conseguimos atender a demanda de 100%, o que já não ocorre na educação infantil, principalmente no berçário.

 

EVOLUÇÃO – Qual o número de alunos hoje, no Ensino Fundamental?

ALCIONE HINKE – Aproximadamente oito mil alunos. Na Educação Infantil 1º ao 9º ano. Os anos iniciais que falamos são do 1º ao 5º ano, que antigamente era da primeira a quarta série. Os finais são do 6º ao 9º ano.

 

EVOLUÇÃO – E a polêmica da idade limite para matrículas?

ALCIONE HINKE – A idade mínima é de 6 anos completados até o final do mês de março. A partir desta idade, já existe um parecer que prevalece em nível nacional, que garante a matrícula, desde que a criança tenha condições pedagógicas. Então as crianças que fazem seis anos após 31 de março, nós até aceitamos com duas condições: que passe por uma avaliação pedagógica com o professor do ano anterior se a criança frequentou, e também com um parecer dos pais de que estão cientes que algumas atividades ou algum desenvolvimento vai ter que ter o apoio de casa, devido a idade. Não quanto a aprendizagem, mas quanto a idade, que as vezes quatro ou cinco meses, representa muito nesta faixa etária. Para o adulto dois ou três anos não é diferença, mas para a criança alguns meses faz toda a diferença.

 

EVOLUÇÃO – Muitos casos em São Bento?

ALCIONE HINKE – Tem três ou quatro casos.  Conversamos com os pais que a partir da entrada da criança na escola, está tirando um pouco da sua infância, pois ela começa a ser exigida e avaliada. Enquanto que na pré-escola ela tinha compromissos, mas não era cobrado o aprendizado.

 

EVOLUÇÃO – No tocante as creches. A demanda está sendo atendida?

ALCIONE HINKE – Hoje nós atendemos em torno de duas mil crianças até três anos, em período integral. No dia de hoje, apenas cinco crianças estão na lista de espera de três anos,  que serão chamados. Alguns no período integral, outros parcial. Temos uma lista maior, mas é devido aos pais não aceitarem em determinado local. Preferem esperar que abra vaga mais próximo da casa. Até dois anos, nós já chamamos todos, tem uma lista de espera, porém também é o caso dos pais preferirem outra unidade. No berçário temos 35 crianças na lista de espera, e temos entre 15 e 18 vagas, mas em período parcial.

 

EVOLUÇÃO – E a fiscalização sobre o trabalho dos pais e a necessidade de vaga na creche.

ALCIONE HINKE – Nós partimos do pressuposto que desde o momento que uma pessoa assinou um documento, ela deve estar sabendo o que faz e da sua responsabilidade. Ela também responde por isso. Não temos a capacidade nem humana, nem física, de fiscalizar cem por cento. Quando há uma denúncia tanto na escola como na Ouvidoria, aí nós vamos verificar a situação.

 

EVOLUÇÃO – Fale um pouco sobre a avaliação médica que atrasou o início de algumas turmas.

ALCIONE HINKE – A legislação do município diz que o atestado de saúde tem que ser dado pelo perito do município. Como houve uma demanda muito grande e levaria um tempo maior para que isto pudesse ser atendido, tentamos a contratação de uma empresa terceirizada, o que não foi possível pela irregularidade na documentação. Como não havia possibilidade de aumentar o número de profissionais, ficou estabelecido que a prioridade seria atender a população. Consultamos o setor jurídico e houve o parecer que como o atestado médico é válido por um ano, os que haviam trabalhado no ano anterior pudessem retomar as atividades e fazer os exames posteriormente. Os que não trabalharam no ano passado e que tiverem interesse, não podemos obrigar, mas podem fazer o exame particular.

 

EVOLUÇÃO – Então existe falta de profissionais contratados?

ALCIONE HINKE – Hoje não. O quadro está quase completo devido a uma rotatividade muito grande. Profissionais que prestaram vários concursos e optaram por outros municípios e mesmo o Estado. Estamos em torno de 95% do quadro ocupado.

 

EVOLUÇÃO – Qual a maior dificuldade encontrada por você na área?

ALCIONE HINKE – A maior dificuldade que eu vejo é a rotatividade de professores. Começamos a capacitar, treinamos e chega do final do ano eles mudam de atividade. O ideal era termos todo o quadro efetivo. Existem as ausências por tratamento de saúde, deslocamento para outras funções, readaptações, restrições.

 

EVOLUÇÃO – Quanto a inclusão de alunos especiais?

ALCIONE HINKE – Isto é um outro grande desafio. Nem sempre conseguimos colocar as metas que estabelecemos. Temos hoje, 116 alunos incluídos. As mais diversas síndromes, desde as mais leves, moderadas, os bens severos nós não temos. Isto envolve sempre uma atendente auxiliar. Todos estes auxiliares são temporários, mas está para ser encaminha para a Câmara de Vereadores, projeto criando o cargo de Atendente Educativa, para a Educação Especial, fazer concurso público para que também sejam efetivados. Essa é uma realidade que não irá voltar. O aluno está na escola e lá vai ficar. Não é uma experiência, nem um projeto a curto prazo. Veio para ficar. Também criamos o Centro do Altista, que é outra síndrome que trabalhamos por graus, 1, 2. Nós considerados os leves, médios e severos. Temos sete altistas, sendo dois severos. Cinco estão dentro da sala de aula normal e um não, mas tem uma pessoa só para atende-lo. As diversas áreas de atuação são em parceria com a Secretaria da Saúde, além do professor, fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta, neuropediatra e toda a assistência para todos.

 

EVOLUÇÃO – Existe progresso?

ALCIONE HINKE – Os leves e moderados, sim. Os severos na questão de aprendizagem não. Temos hoje um com 19 anos e que não é alfabetizado. Eles passam a ter uma convivência melhor, uma sociabilização e qualidade de vida.

 

EVOLUÇÃO – Reprovações ou repetência?

ALCIONE HINKE – Na Rede Municipal nós temos a reprovação. A partir deste ano estamos trabalhando com aulas de reforço que estamos chamando de Projeto Travessia II. Que são os alunos de 6º ao 9º ano. Além de trabalhar na área de comunicação, língua portuguesa e de cálculos, mais a matemática. Queremos evitar a reprovação. As vezes o aluno tem uma dificuldade e que veio de anos anteriores. Se não trabalharmos isto ele será um aluno sempre sujeito a reprovação. Eu particularmente não sou contra a reprovação. Eu vejo que a reprovação só é viável quando a gente sente que o aluno reprovando vai progredir. Quando ele chegou no seu limite, que são os alunos com maiores dificuldades, se ele reprova acaba desistindo. Temos que encontrar um outro  meio para que ele possa aprender.

 

EVOLUÇÃO – E a evasão?

ALCIONE HINKE – Muito pequena. No Ensino Médio é bem maior. Hoje a legislação pune os pais das crianças menores de catorze anos que não estão na escola. No ano passado foi aprovada uma nova lei do MEC que estende esta obrigatoriedade até aos 17 anos. No Ensino Fundamental são casos muito raros. No ano passado foram três ou quatro casos de abandono e que não conseguimos localizar. Tivemos reprovações por frequência. O aluno tem que ter 75% de comparecimento. Quando se trata de abandono nós vamos atrás, avisamos o Conselho Tutelar e até o Promotor de Justiça. Outra medida que tomamos são com os alunos que passaram dos 15 anos e que estão no 6º, 7º ano, estudando com crianças de menos idade, estamos trazendo para a Educação de Jovens, mas durante o dia, reagrupando com alunos da mesma idade.

 

EVOLUÇÃO – E os espaços físicos são suficientes?

ALCIONE HINKE – Temos uma média de 30 a 32 alunos por sala. Neste mês de fevereiro estamos com algumas turmas maiores, devido a algumas transferências. No mês de março isso tudo deverá estar regularizado, pois é mais fácil dividir do que juntar. Apenas três turmas ultrapassaram 35 alunos, e que são do 9º ano. Alunos reprovados no Estado vieram transferidos.

 

EVOLUÇÃO – Quantos profissionais atuam na área da educação atualmente?

ALCIONE HINKE – Em média 1.500 profissionais, entre professores, atendentes, auxiliares, especialistas.

 

Clique para ampliar
Escola Básica Municipal Dalmir Pedro Cubas, em Serra Alta, é que tem mais alunos (Foto PMSBS/Divulgação)
  

EVOLUÇÃO – E qual escola com maior número de alunos?

ALCIONE HINKE – É o Dalmir Pedro Cubas na Serra Alta. Temos três escolas grandes que variam em torno de 700 alunos. Rodolfo Berti e Adélia Lutz que se equivalem. São 25 escolas de Ensino Fundamental, 23 de Educação Infantil e uma de Jovens e Adultos. Hoje são 49 escolas.. Atualmente são 17 creches e seis pré-escola.

 

EVOLUÇÃO – Onde está situada a maior?

ALCIONE HINKE – Na vila São Paulo onde são assistidas 210 crianças. Existem outras quatro que também atendem em torno de 200 alunos que ficam Vila São Paulo, Cruzeiro, Nosso Mundo (Centro) e Neide de Fátima em Serra Alta.

 

EVOLUÇÃO – Existem obras e deficiência nas instalações físicas?

ALCIONE HINKE – Estamos atendendo todos do Ensino Fundamental mas tem a construção de uma sala de aula na Garibaldina que é para o Período Integral. Já estamos com o processo licitatório na Alexandre Pfeiffer, para mais duas salas. Para a Educação Infantil, uma sala que está sendo feita na Vila São Paulo, na 1º de Maio, que não é uma construção, mas uma readequação. Tem mais três que estamos trocando o telhado. Um ginásio de esportes no Rio Vermelho que também está sendo licitado.

 

EVOLUÇÃO ¬ – Vamos falar de remuneração salarial?

ALCIONE HINKE – Nosso piso de professor 40 horas é em torno de RS1.800,00, o piso nacional é de R$ 1.652,00.

 

EVOLUÇÃO – Conclusões finais.

ALCIONE HINKE – Estamos ainda terminando o projeto de reforma para ampliação da creche Algodão Doce em Serra Alta, que deverá ficar pronta até metade do ano.  Também estamos estudando a possibilidade de alugar um espaço aqui no Centro para atender a demanda de berçário. Atendemos também o transporte e a merenda escolar. Sete escolas estão atendendo em tempo integral das 7:30 até às 17:00. Este seria o ideal para todos. Nosso projeto é atender a todos até os doze anos de idade. O critério não é escolha dos pais, mas preferencialmente aos pais trabalhadores. A pedido da comunidade da Vila Centenário abrimos uma escola que é extensão da Lúcia, com duas turmas do primeiro ano com ampliação prevista para o próximo ano.



Comente






Conteúdo relacionado





Inicial  |  Parceiros  |  Notícias  |  Colunistas  |  Sobre nós  |  Contato  | 

Contato
Fone: (47) 99660-9995
Celular / Whatsapp: (47) 99660-9995
E-mail: paskibagmail.com



© Copyright 2025 - Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
by SAMUCA