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Prefeitura de Florianópolis descumpre acordo com Grande Rio

Segunda, 21 de fevereiro de 2011

Dário Berger deveria ter ido neste domingo ao Rio de Janeiro, mas não apareceu no aeroporto

Se a vontade e a união da comunidade de Duque de Caxias estão sustentando a luta contra o tempo para montar o desfile da Acadêmicos do Grande Rio, o mesmo não acontece no caixa da escola que quer homenagear Florianópolis na Marquês de Sapucaí. 

O presidente da agremiação, Jayder Soares, já elegeu o grande vilão para as dificuldades financeiras. Para ele, uma sucessão de promessas de apoio não cumpridas, principalmente da prefeitura da Capital e em menor dose do governo do Estado, está sendo um obstáculo tão grande quanto o incêndio que atingiu fantasias e carros da escola no início deste mês. Desde o incêndio, ele diz que só consegue dormir à base de doses de tranquilizantes cavalares como o Dormonid 15g.

O prefeito Dário Berger, segundo o presidente da escola Jayder Soares, assumiu reiteradas vezes o compromisso de ajudar na captação de R$ 3,5 milhões junto à iniciativa privada, via Lei Rouanet, desde maio do ano passado. Até agora, confirmou somente R$ 150 mil que teriam sido doados pela Tractebel. Só que no caixa da escola, até agora, não pingou um centavo sequer.

— As lideranças que nos convidaram para homenagear a cidade há quase um ano são as mesmas que só prometem, prometem e não cumprem nada — mirando no prefeito Dário Berger.

A última esperança surgiu na sexta-feira. Dário teria ligado para o empresário Max Gonçalves, espécie de embaixador da escola em SC, prometendo que estaria no Rio neste domingo para acompanhar o ensaio técnico na Sapucaí. E que levaria boas notícias.

O prefeito deveria desembarcar no aeroporto do Galeão, às 10h30min. O único a chegar foi o secretário de Turismo da Capital, Márcio de Souza. Trazia nas mãos apenas as passagens aéreas de Dário, que não apareceu no aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis. O telefone celular passou a manhã toda desligado e Márcio não sabia explicar o que tinha acontecido. A paciência do presidente da Grande Rio foi para o espaço.

— Estou cansado de escutar conto da Carochinha. O fato é que fizemos um acordo. Nós cumprimos a nossa parte e do lado de lá não. Aqui, promessa é dívida.

Visivelmente constrangido com a situação, o secretário de Turismo ainda tentou contornar o impasse, antecipando a informação que seria dada por Dário. Conforme Souza, o prefeito já teria assegurado R$ 1 milhão junto a quatro empresas: R$ 250 mil da Casan, R$ 150 mil da Tractebel e os outros R$ 600 mil entre Celesc e Intelbrás, mas sem precisar quanto de cada uma.

Max Gonçalves ainda quer agendar uma nova reunião com secretário de Turismo do Estado, César Souza Júnior, que teria se comprometido em apoiar a escola, principalmente depois do incêndio, mas que também se manteve em silêncio nos últimos dias.

Para fechar o circuito prefeitura, Estado, União, quem acaba de entrar no circuito com a promessa de apoio à Grande Rio, só que com recursos federais, é a ministra da Pesca Ideli Salvatti. A informação sobre o contato foi confirmada ontem ao DC pela assessoria de Ideli. Ela fez contato com a Eletrobrás, mas não teve resposta, segundo a assessoria devido à troca de direção da estatal, que deve acontecer nos próximos dias.

Simplificar e colorir é a receita para vencer o tempo

As fantasias da Grande Rio estão sendo refeitas pelas costureiras da escola e por voluntários. Cahê Rodrigues, carnavalesco, desenhou todas as fantasias e depois do incêndio precisou simplificar tudo. Afinal, além de o Carnaval estar bem perto, o material, como tecidos, aviamentos e plumas, é escasso e muita coisa não tem como comprar. Em apenas um dia, o trabalho de remodelagem estética das fantasias deixou tudo mais simples, mas com muito colorido.

As fantasias de luxo, depois de idealizadas por Cahê, são feitas por Carlinhos Barzellai e sua equipe. Ele é o responsável pelos adereços da escola e trabalha com materiais de luxo: penas de faisão albino, plumas de avestruz e rabo de galo, pedras, strass entre outros.

As fantasias dos destaques, assim como das celebridades, são feitas por Carlinhos, entre elas as de Ana Hickman e Ana Furtado. O material é comprado em Nova York e Miami. As penas são tingidas com técnicas e tintas especiais e depois montadas. Em média, são feitas 28 fantasias de luxo para um desfile. O trabalho do atelier de Carlinhos começa quatro meses antes do Carnaval.

Segundo a produtora de moda catarinense Mariana Goulart, que visitou o local e conversou com Carlinhos, é surpreendente a beleza do material que será apresentado na Sapucaí.

— É um trabalho diferenciado, artesanal, mas de uma plasticidade que tem tudo para encantar — comenta a produtora.

É consenso no Rio de Janeiro que a beleza do samba Y Jurerê Mirim tinha grande chance ser vitorioso na Sapucaí. A letra do compositor Foca é considerada uma das mais belas dos últimos anos na opinião dos integrantes da escola, de especialistas em Carnaval e até das agremiações concorrentes. E um bom samba, dizem os entendidos no assunto, é garantia de 50% de vitória.

Se falta tempo e o dinheiro não pingou no caixa, também é fato confirmado por todos os cariocas que, mesmo não sendo o mais belo por questões óbvias, este será um dos desfiles mais emocionantes que já passaram pela Marquês de Sapucaí.

— Acompanho Carnaval há 48 anos e não tenho dúvidas de que veremos o espetáculo mais contagiante da história quando a Grande Rio pisar na avenida — diz José Bonifácio Sobrinho, o Boni, ex-todo-poderoso da Rede Globo e atual empresário de comunicação.

Para vencer o relógio, centenas de voluntários se juntaram aos mais de 200 funcionários que trabalham na confecção de fantasias e adereços para contar a história do boi-de-mamão, dos índios carijós, da ponte Hercílio Luz, do Guga, do Avaí, do Figueirense, das belezas das praias e das bruxas da Ilha.

O vaivém de gente carregando barras de aço, pintando, costurando e colando beira o caos. Mas é graças a esta mobilização que, dos sete carros alegóricos que foram totalmente destruídos, quatro estarão na avenida.



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