Depois das chuvas, caminhões ficaram atolados na pista de lama

Marcelo Becker

Urubici - Produtores de hortaliças de Urubici fecharam nesta sexta-feira a SC-439 para protestar contra as más condições da rodovia que liga o município, na Serra de Santa Catarina, a Grão Pará, no Sul do Estado. Com as chuvas dos últimos dias, o trecho da Serra do Corvo Branco se transformou em uma pista de lama e vários caminhões que ficaram atolados só conseguiram sair do local rebocados por tratores.

Os manifestantes bloquearam a rodovia com caminhões e tratores, durante todo o dia, no início da serra, em Urubici. Eles exigem das autoridades manutenção periódica daquele trecho, para que o escoamento da produção de hortaliças na região de Grão Pará, Braço do Norte, São Ludgero e Gravatal não fique prejudicado.

Enquanto dezenas de agricultores participavam do protesto pacífico, vários motoristas que retornavam das viagens de entregas precisaram enfrentar os atoleiros que se formaram em praticamente toda a Serra.

— Sempre viajei por essa serra durante toda minha vida, passo de caminhão por aqui há nove anos e nunca vi uma situação tão precária como agora. Meu pai nem se arrisca mais a fazer entregas, porque sabe que só vai se incomodar — conta o produtor de hortaliças Cleiton Schmoeller.

E quanto mais caminhões atolavam, pior ficava a rodovia. Por causa das manobras dos tratores para puxar os veículos, cada vez mais se formavam buracos na estrada não pavimentada. Muitos produtores preferiram chegar aos municípios do Sul seguindo pela Serra do Rio do Rastro, passando por Bom Jardim da Serra e Lauro Müller, trajeto que aumenta a viagem em mais de 90 quilômetros.

O secretário regional de Desenvolvimento de Braço do Norte, Gelson Padilha, informou que técnicos do Departamento Estadual de Infraestrutura já fizeram um levantamento dos problemas da rodovia. A recuperação dos trechos mais críticos deve ser feita nos próximos dias.

— No ano passado, a manutenção desse trecho ruim ficou com a prefeitura de Grão Pará, mas a situação não foi satisfatória e o Estado reassumiu. Não pudemos fazer muito nesses dois meses porque, no início do ano, tivemos a transição do governo do Estado e as chuvas também foram intensas e frequentes, mas logo tudo estará de volta à normalidade — garante Padilha.