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Henrique Fendrich

rikerichgmail.com

Henrique Fendrich (Crônica de São Bento)

Jornalista são-bentense residindo em Brasília/DF


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DE COMO EU QUASE MATEI UMA VACA

Segunda, 14 de fevereiro de 2011

Que o leitor não se engane com o ar de inocente que tento demonstrar nessa foto acima: no auge dos meus 13 anos, faltou pouco para eu responder por homicídio culposo - aquele sem intenção de matar, que fique bem claro. Deus, no entanto, teve misericórdia de mim e permitiu que eu pudesse contar a história e assim servir de exemplo a outros desavisados.

Lembro que era um sábado à tarde e eu fazia parte de uma turma de catequizandos que havia decidido dar um passeio no morro do Novotel. É um lugar ótimo para passear, mas só depois que você termina de subir. Do alto do morro, queríamos respirar ar puro e enxergar boa parte do centro da cidade. Esse era o nosso simples objetivo naquela tarde.

Chegamos lá em cima e ficamos olhando por um tempo. Alguns amigos e eu nos detivemos um pouco mais, contemplando a cidade minúscula, distante. Era um daqueles dias em que os amigos insistem em falar coisas engraçadas - ou seja, um dia perigoso. Diante de nós estava a cerca que nos separava do pasto. E então, no meio do caminho, havia uma pedra.

Era um paralelepípedo do calçamento, aqueles em forma de hexágono, que estava solto, jogado ao lado da rua, perto da cerca. Por motivos até hoje incertos, tive o desejo de erguer aquela pedra - talvez eu tentasse, ali, me firmar como homem. Com a ponta do pé, consegui erguer e, como se não bastasse, dei um impulso que a arremessou contra a cerca.

Meu pensamento era que a pedra parasse na cerca. Mas Deus puniu a minha soberba, e o paralelepípedo atravessou a cerca, ficou em pé e seguiu rolando pasto abaixo. Como era uma descida, ia cada vez mais rápido. De repente, fez uma curva para a esquerda e nós gelamos: ia na direção exata de uma vaca que, muito burra, estava pastando por ali.

Engoli em seco. Não sabia se me culparia pelo resto da vida ou se teria carne pelo resto da semana. Quando já temíamos pelo pior, na hora H, no último instante, a vaca deu um pulo para trás - exatamente, a vaca deu um pulo para trás - e escapou de ser atingida em cheio. Só então o sangue voltou a circular em mim. E então eu entendi o que era drible da vaca.

Teleférico
Talvez nada disso tivesse acontecido se um ousado projeto de empresários locais tivesse sido levado adiante. Há mais de 20 anos, quando nem o hotel havia ainda, pensava-se em construir um teleférico naquele morro - exatamente isso que você leu. O teleférico ia ligar os hóspedes do futuro hotel até o Museu Municipal. Sabemos que nada disso aconteceu.

O que deve ter sido uma pena, porque a expectativa dos envolvidos era de que a atração fosse conhecida em todo o sul do Brasil - imaginem, um teleférico em São Bento! Caso o projeto tivesse vingado mesmo, os catequizandos poderiam subir o morro com bem menos esforço, e talvez a própria vaca se aventurasse a pastar um pouco mais para cima.

Turismo
Confesso que não sei o que pode tornar São Bento conhecida em todo o sul do Brasil. Acho que, antes disso, São Bento precisa ser mais conhecida em toda São Bento. Quando o turista que tira uma foto da igreja sair da cidade sabendo alguma coisa a respeito dela, um passo importante terá sido dado. Será um sinal que nos preocupamos em aprender também.



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Elisa Mota


Ainda bem que vaca desviou! Teria sido uma morte horrível e um trauma para você e os familiares e amigos dela.

Responder      28/02/2011

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