Florianópolis - Ao contrário do que foi anunciado pelo Democratas, a reunião do governador Raimundo Colombo com o prefeito Gilberto Kassab não foi com os deputados ACM Neto e Onyx Lorenzoni. A conversa aconteceu com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro. Durou quase três horas. E pelo que vazou, a pauta que prevaleceu foi a hipótese de reforço do PSB com a filiação de Kassab e Colombo.
A estratégia adotada pelo governador Eduardo Campos parece clara. Um dos grandes vencedores das eleições de 2010, sendo ele o recordista nacional de votos na reeleição(82,84%), está formando um novo eixo da política brasileira, visando as eleições presidenciais de 2014. Esta nova opção tem como lideranças emergentes, além de Dudu Campos, o senador Aécio Neves, outro vitorioso. O tripé se completaria, na ótica do socialista nordestino, com uma nova força no sul. Gilberto Kassab é um dos nomes para comandar o PSB. Se Raimundo Colombo acompanhasse o projeto, a oxigenação do partido ganharia abrangência nacional.
O governador voltou a reiterar que a primeira, segunda e terceira opções é “ficar no DEM”. A primeira dúvida: se Gilberto Kassab deixar o ninho liberal e optar por outra legenda com lideranças nacionais, Colombo permanecerá no DEM fragilizado? A alguns interlocutores, ele tem dito que tende a tomar a decisão com Kassab.
O prefeito de São Paulo tem, também, fortes ligações com o ex-senador Jorge Bornhausen, um dos articuladores de sua candidatura a vice-prefeito de José Serra, numa aliança do antigo PFL com o PSDB.
O DEM está enfrentando dois problemas: a divisão interna, com fratura exposta na mídia, e a hipótese de perda de Kassab.
A alternativa do PSB é considerada animadora para muitas lideranças do DEM no Estado, a começar pela bancada estadual. Este grupo acompanharia Colombo com grandes comemorações. (Por Moacir Perreira - DC)