Atividade do setor avançou 10,5% em 2010, apesar de perder fôlego a partir do segundo trimestre do ano
Brasília/DF - A produção industrial brasileira avançou 10,5% em 2010, alcançando o maior crescimento desde 1986 (10,9%). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o setor reverte a queda de 7,4% na produção registrada em 2009, quando a indústria sentiu os efeitos da crise econômica global.
Apesar do resultado recorde, os números mostram a desaceleração da atividade industrial a partir de junho. "Ao longo de 2010, o setor industrial apresentou crescimento decrescente, com clara perda de ritmo a partir do segundo trimestre do ano", diz o IBGE em nota. No primeiro semestre, o crescimento da indústria ficou em 16,2% em relação a 2009, enquanto no segundo semestre o avanço foi de apenas 3,3%.
Segundo o instituto, a expansão da indústria em 2010 foi generalizada. Os destaques ficaram com os setores de veículos automotores (24,2%), máquinas e equipamentos (24,3%), produtos de metal (23,4%), metalurgia básica (17,4%), indústrias extrativas (13,4%), borracha e plástico (12,5%), bebidas (11,2%), outros produtos químicos (10,2%) e alimentos (4,4%).
Por categorias de uso, a retomada dos investimentos resultou em forte expansão da produção de bens de capital (20,8%). Em seguida, aparece o grupo bens intermediários, que cresceu 11,4% em reflexo da maior demanda por insumos industriais para produção de bens de capital.
Abaixo da média da indústria, o nível de produção de bens de consumo duráveis avançou 10,3%, impulsionado pelo cenário favorável para crédito e emprego no Brasil. Já os itens de consumo semi e não duráveis cresceram 5,2% em 2010, depois de registrarem queda de 1,5% em 2009.
Em dezembro, a atividade da indústria recuou 0,7% em relação ao mês anterior e cresceu 2,7% em relação ao mesmo mês de 2009, na série sem influências sazonais.