Ocorrência foi registrada na semana passada
São Bento - A Polícia Militar de São Bento do Sul divulgou nesta semana uma ocorrência que chamou de "invasão de domicílio, ameaça e cárcere privado" - no dia 24, segunda-feira à noite, no bairro Colonial. PMs foram acionados para comparecer no endereço para verificar a denúncia. No local, os policiais conversaram com M.S.P.F.G. Ela mesma relatou que estava em casa com seus filhos, quando seu ex-genro, J.A., juntamente com seu pai, também com iniciais J.A., e um amigo desconhecido, em um veiculo Prisma (placas 7409), chegaram e, "de forma brusca", entraram em sua casa. Lá, J.A., o pai, segurou a declarante pelos braços, conforme a polícia. J.A., o ex-genro da suposta vítima, pegou os documentos de seu filho de 2 anos e de T.G.A., sua ex-esposa.
ESPINGARDA
M. tentou impedir que J. levasse o menino, sem sucesso - conforme a ocorrência policial. Ela pediu para que um vizinho chamasse a polícia. A denunciante então passou a procurar pela filha, que não tinha retornado do trabalho. Familiares da ex-esposa de J. informaram, segundo a PM, que ele "é violento, que é obcecado e muito ciumento". Ainda envolvidos na ocorrência, policiais militares entraram em contato com outros municípios vizinhos, pois J.A. tem parentes nestes. Às 23:00, policiais conseguiram contato com T.G.A. por celular. Ela informou que foi "sequestrada" e que seu ex-marido estava a levando para Campo Tenente.
Então policiais militares se deslocaram até o local onde estavam as vítimas. Chegando em Lajeado, na casa do autor, o mesmo foi encontrado deitado em sua cama. Ambos (J.A. filho e J.A. pai) foram presos. No quarto foram encontrados vários cartuchos vazios de armas calibres 28 e 32 e uma espingarda calibre 28, de acordo com a polícia. PMs de Campo Tenente ajudaram na operação. Os envolvidos foram conduzidos à delegacia de São Bento do Sul e, de lá, ao Presídio Regional de Mafra.
LIBERDADE PROVISÓRIA
Na segunda-feira à noite mesmo, a advogada dos acusados, Eda Barboza, ingressou com pedido de liberdade provisória, acatado pela Justiça. "Eu busquei pessoalmente meus clientes do Presídio Regional de Mafra", diz ela. Segundo Eda, a versão dos seus clientes é a seguinte: "A família que acionou a Polícia Militar argumentou se tratar de sequestro, porém não foi configurado porque o casal estava em processo de reaproximação, sendo impedidos pela família materna da moça. Como o acusado e a vítima continuam casados em cartório civil e religioso, não havendo ainda uma separação judicial, tampouco a guarda da criança determinada judicialmente, então a guarda natural do filho menor pertence a ambos os genitores, qual seja, tanto pai quanto mãe. Assim não se pode caracterizar crime de sequestro".
"Ainda se falou em cárcere privado, mas quando a Polícia Militar chegou à chácara o casal dormia agarradinho com o filho. Então, onde está o cárcere privado?", questiona a advogada. "O delegado autuou apenas por violência doméstica contra a mulher, cominada com porte ilegal de arma, pois o senhor envolvido possuía uma espingarda na chácara onde vivem, para defesa pessoal".
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