Brasília/DF - Em uma reunião de pouco mais de cinco minutos no Palácio do Planalto, Dilma pediu informações sobre os desastres provocados pelas chuvas, anunciou o envio do dinheiro e disse que pretende visitar o Estado, embora não tenha confirmado uma data para a viagem.
A audiência com a presidente ocorreu no início da noite de quarta, após uma romaria de Colombo por ministérios e órgãos federais. Por volta das 19h, o governador foi recebido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, a quem apresentou um diagnóstico da situação nas cidades atingidas por enchentes. Após ouvir o relato de Colombo, Palocci levou o governador até o gabinete presidencial.
Na conversa com Dilma, ficou acertado que o Ministério da Integração Nacional irá destinar R$ 30 milhões ao Estado. Outros R$ 10 milhões serão remetidos pelo Ministério dos Transportes. Em contrapartida, Colombo se comprometeu em liberar mais R$ 20 milhões do caixa estadual para reforçar as ações emergenciais.
— Estamos satisfeitos e agradecidos. É um momento importante para Santa Catarina e vai nos ajudar a enfrentar essa calamidade — comemorou o governador.
Antes da reunião com Dilma, Colombo havia pedido R$ 100 milhões ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. O próprio governador, contudo, admitia a expectativa de que não conseguiria a totalidade do dinheiro pedido. Colombo agendou para amanhã uma visita do ministro ao Estado. Juntos, o governador e Bezerra vão sobrevoar áreas atingidas.
— Vamos observar os estragos. Recebi a recomendação da presidente Dilma para levar solidariedade e apoio financeiro aos atingidos pelas chuvas. O nosso compromisso é de oferecer uma resposta — afirmou o ministro.
Bezerra deve chegar em Florianópolis nesta quinta às 14h30min. Em seguida, ele visita os municípios de Jaraguá do Sul e Mirim Doce, este último em estado de calamidade pública. Na ocasião, o ministro irá anunciar o valor dos recursos que serão repassados pelo governo federal.
Ao lado de prefeitos e secretários, Colombo percorreu quatro ministérios para mostrar o alcance dos desastres no Estado. Em cada gabinete, exibia um amplo relatório sobre a ação das chuvas em Santa Catarina. Embora o balanço preliminar aponte prejuízos de R$ 413 milhões, o coordenador da Defesa Civil no Estado, major Márcio Alves, estima que sejam necessários R$ 1 bilhão para recuperar todos os estragos causados pelas enxurradas.
— São mais de 907 mil pessoas atingidas. As encostas estão instáveis e há riscos de novos desmoronamentos por causa do solo encharcado — diagnosticou Alves.
Uma das medidas que devem ser anunciadas amanhã pelo governo federal é a liberação de R$ 1,7 milhão para as obras nos molhes do Rio Itapocu, em Barra Velha.
O dinheiro já foi empenhado e, segundo a ministra da Pesca, Ideli Salvatti, que participou da audiência com Colombo na Integração Nacional, é suficiente para a conclusão do braço sul dos molhes.
— Esta é uma obra estratégica para evitar novas tragédias, pois sem ela não podemos fazer a dragagem do rio, que fica represado e causa inundações em todo o Vale do Itapocu — resumiu Ideli, que participou das audiências com Dilma e Bezerra.