O comentário abaixo é do jornalista Moacir Pereira em sua coluna de hoje no Diário Catarinense. Vale lembrar que o colunista Pedro Skiba (Evolução), já havia comentado o escanteio em que Mauro Mariani havia sido colocado e a possibilidade do crescimento de uma aliança com o PT.
Florianópolis -As reuniões e as conversações entre dirigentes, prefeitos e parlamentares do PT catarinense com o presidente nacional José Eduardo Dutra e com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, ocorridas esta semana em Brasília, indicaram claramente a formação de um novo eixo político no Estado. A estratégia deverá ser concretizada já nos primeiros dias de fevereiro com a nomeação dos titulares de cargos federais pelos partidos que apoiaram Dilma Rousseff em Santa Catarina. A idéia do PT e do governo não é a de apenas prestigiar os apoiadores, mas selar um novo pacto político visando as eleições municipais de 2012 e a sucessão estadual de 2014.
A escolha de comissionados em postos federais não irá beneficiar somente os petistas. Aliados do PR, PCdoB, PSB, PDT e setores do PMDB, também terão espaços no novo governo. Mas tudo depois da eleição das novas mesas da Câmara e Senado, dia 1º. de fevereiro.
No PMDB, a lista respaldada pelo PT catarinense é conhecida: Paulo Afonso Vieira, João Matos, Celso Maldaner, Dário Berger, Rivaldo Macari, Edison Piriquito, entre outros. Um novo nome passou a ser incensado pelo PT: o deputado federal Mauro Mariani, o mais votado. Com votação extraordinária no norte e planalto norte do Estado, além de outras regiões, não foi consultado uma única vez sobre nomes para a formação do governo Raimundo Colombo. Vive uma situação paradoxal. O grupo que a ele se opõe dentro do PMDB indicou titulares de cargos tanto no governo Carlito Mers(PT), em Joinville, quanto no governo Raimundo Colombo(DEM). Mariani foi ignorado totalmente na composição do governo. Ele já comunicou a interlocutores que em Brasilia vai apoiar o governo Dilma Rousseff. Não seguirá, pois, a posição do senador eleito Luiz Henrique, líder da tríplice aliança em Santa Catarina e que trabalhou pela eleição de José Serra e agora, em princípio, está na trincheira oposicionista.
Afastamento
Dois fatos políticos novos estão marcando este início de ano em Santa Catarina. De um lado, o PT fortalecendo a coligação com o PR, PCdoB, PSB, PDT e setores do PMDB, para construir um novo eixo. E, de outro, nas bases os petistas afastando-se do Partido Progressista. São constantes as queixas de petistas e de progressistas sobre problemas de convivência em vários municípios onde venceram as eleições para as prefeituras.
O presidente estadual do PP, deputado Joares Ponticelli, confirma que multiplicam-se as reclamações dos progressistas contra a posição “arrogante” e “irracional” do PT nas eleições ao governo. E revela agora uma proposta final que o PP fez ao PT para selar uma forte coligação, no momento em que Eduardo Moreira(PMDB) renunciou à candidatura para ser vice de Raimundo Colombo(DEM). Garantiu: “O PP ofereceu ao PT para formar chapa única o candidato a vice-governador, as duas vagas ao Senado, apoio à candidatura Dilma e metade dos cargos no governo estadual.” O PT rejeitou a proposta.
Os progressistas nos municípios até hoje não engoliram a negativa. E das bases, segundo Ponticelli, só surgem aplausos à iniciativa do Diretório Estadual de buscar aproximação com o DEM do governador Colombo. No próximo dia 4 de fevereiro, líderes estaduais do PP estarão em Chapecó para prestigiar a posse de progressistas no governo do prefeito José Caramori, do DEM.