A sorte foi lançada, os partidos políticos e suas lideranças fizeram costuras, conchavos, acertos, negociações, algumas alianças foram praticamente rompidas como grilhões, “na entrada da igreja”. Definidos os candidatos, registradas as atas, muitas ficaram abertas ainda na expectativa de novas negociações, mas agora acabou o prazo. Espera-se ainda por possíveis impugnações de uma ou outra candidatura na análise que será feita pelo TRE/SC. São Bento do Sul terá quatro candidatos dispostos, e como eles dizem e pregam trabalhar pela cidade e pelo bem estar dos seus munícipes. O eleitor que até agora foi ignorado e não participou das negociações terá a oportunidade de analisar o perfil e as propostas de cada um e dar seu veredicto no dia 7 de outubro. Que cada um cumpra com seu dever de cidadão e que a campanha mostre que nossos candidatos estão preparados para o debate de ideias e projetos e não para falar mal uns dos outros.
R. Kurz é direto ao declarar que “o poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas”. O sociólogo M. Tragtenberg certa vez observou como muitos intelectuais discursam uma preocupação pelo “social”, mas estão mesmo preocupados com a sua “razão do poder”. Há uma espécie de “gozo louco” pelo poder, que faz subir à cabeça dos que estão jogando para ganhá-lo um dia. O sujeito quando no poder protege-se da crítica reforçando pactos de autoengano com seus colegas de partido. Reforçam a crença de que representam o bem contra o mal, recusam escutar o outro que lhe faz crítica e que poderia norteá-lo para corrigir seus erros e ajudar a superar suas contradições. Entrincheiram-se no grupo narcísico, o discurso político tornar-se-á dogmático, duro, tapado, e podemos até prever qual será o seu futuro se tomar o caminho de também eliminar os divergentes internos e fazer mais ações de governo contra o povo, “em nome do povo”. Infelizmente assim é o poder: seduz, corrompe, decepciona e faz ponto cego e surdo nos seus ocupantes temporários.