Florianópolis - As perspectivas para o setor metalmecânico catarinense são de crescimento para o ano de 2011. Dados da FIESC mostram que as exportações do setor somaram US$ 1,42 bilhão em 2010 (alta de 36,3% em relação ao ano anterior). Para acompanhar esse crescimento, as indústrias estão contratando. Mas quem deseja aproveitar o aquecimento do mercado precisa buscar capacitação profissional, dizem as empresas.
Com o crescimento da demanda de peças, principalmente do setor automobilístico, a Metalúrgica Riosulense abriu 40 novas vagas em 2010. Mas, segundo a analista de Recursos Humanos da empresa, Uiara Regina Ramos Cristofolini, a empresa tem dificuldade para achar profissionais com o perfil desejado. "Assim como a nossa empresa, os profissionais que contratamos também precisam acompanhar a evolução tecnológica.
Ao conhecer as demandas das empresas da região do Alto Vale do Itajaí, o SENAI se mobilizou para qualificar pessoas e lançou este ano um novo curso na unidade de Rio do Sul, o técnico em Metalurgia, além dos cursos de mecânica e eletromecânica já existentes. Além disso, Uiara cita que no ano passado um curso básico de metalurgia foi oferecido na cidade, em parceria com o SENAI. Para incentivar a capacitação de seus colaboradores, a Riosulense também subsidia a metade da mensalidade dos cursos técnicos frequentados por profissionais com mais de seis meses de casa.
Segundo a analista de RH, a empresa está em busca de profissionais com conhecimento formal em metalurgia, que podem ser cursos de aprendizagem industrial, qualificação em tornearia ou cursos técnicos (todos oferecidos pelo SENAI). Além disso, a seleção privilegia funcionários que possuam competências comportamentais (como iniciativa, habilidade de trabalhar em equipe, inovação etc).
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Timbó (Simmmet), Edvaldo Ângelo, afirma que as empresas da região pretendem aumentar os orçamentos para este ano, acompanhando a recuperação de mercado, principalmente o voltado para máquinas agrícolas, ferramentas para construção civil e ferroviário. Na sua opinião, "o grande desafio do setor para 2011 é desenvolver melhor a competência profissional".
"Nossas empresas estão carentes disso. Existem muitas universidades, mas ainda falta pessoas com curso técnico. Se colocar no jornal procurando por um administrador ou engenheiro, muitos profissionais aparecem. Mas se buscar um técnico para manipular um torno CNC ou equipamento mais sofisticado, não encontra", afirma Ângelo.
O presidente do Simmmet destaca como muito importante o trabalho que está sendo desenvolvido pelo SENAI, que segundo ele "tem tentado cobrir essa lacuna". Ele cita ainda que na região de Timbó o SENAI inaugurou uma nova unidade no ano passado, com apoio dos empresários, para atender às demandas da região.
O SENAI está com inscrições abertas até esta sexta (21) para 6 mil vagas em cursos técnicos (incluindo os da área de metalmecânica), com teste seletivo no dia 24. As formações são focadas nas demandas industriais de cada região.