Uma denúncia de trabalho escravo levou fiscais do Ministério do Trabalho a resgatarem 24 pessoas em uma fazenda de fumo na localidade de Volta Grande, ma tarde desta quarta-feira, em Rio Negrinho, no Planalto Norte de Santa Catarina. Entre os trabalhadores foram encontradas 11 crianças e adolescentes, com idade entre 12 e 16 anos, no local.
Conforme relatos dos fiscais, o trabalho acontecia em um ambiente "degradante" e sem medidas de segurança. A maioria dos trabalhadores não tinha calçados e todos estavam sem registro.
— Além do contato com o fumo, que já é nocivo à saúde e proibido para menores de 18 anos, eles também lidavam com agrotóxicos sem proteção alguma — explica Lilian Carlota Resende, coordenadora de Fiscalização do Trabalho Rural em Santa Catarina.
Uma menina contou à fiscal que as crianças eram recolhidas às 6h por um caminhão e seguiam na caçamba em uma estrada de terra até a fazenda de fumo, cerca de 10 quilômetros distante. Segundo a menina, o trabalho só acabava depois das 20h.
O dono da fazenda foi notificado e terá de comparecer hoje ao Ministério do Trabalho de Rio Negrinho para providenciar o pagamento aos trabalhadores. Lilian informou que o produtor rural será autuado pelo Ministério do Trabalho e também deve responder criminalmente.
— Essa denúncia será capitulada como trabalho escravo — destaca.
Familiares podem ser autuados
O Conselho Tutelar da cidade acompanhou a ação e deixou as crianças com os familiares ainda durante a tarde de ontem. É possível que os responsáveis pelas crianças exploradas também sejam autuados por negligência.