Florianópolis - Embora ainda lenta, a retomada da economia dos Estados Unidos abre oportunidades para a indústria catarinense em segmentos como o de alimentos, máquinas e equipamentos, além de cerâmica de revestimento. A constatação é do presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Glauco José Côrte, que acompanha em Washington a missão brasileira aos Estados Unidos.
"Alguns segmentos da economia norte-americana já mostram certa vitalidade. Os Estados Unidos importaram do Brasil US$ 30 bilhões no ano passado e Santa Catarina foi responsável por cerca de US$ 1 bilhão desse total. Mas, para aproveitar as oportunidades, as empresas devem ter presença constante no mercado local e ter em mente que a palavra de ordem é investir em inovação e tecnologia", disse Côrte.
Ele participou do evento empresarial com a presidente Dilma no domingo à noite e do seminário "Brasil-Estados Unidos: parceria para o século 21", realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com a US Chambers of Commerce e com a Câmara Americana de Comércio (Amcham). "Nos dois casos ficou claro o convencimento de ambas as partes de que a saída para a crise é o aumento dos investimentos em inovação, ciência e tecnologia", acrescentou Côrte lembrando o potencial para a realização de parcerias entre universidades.
O presidente da US Chambers of Commerce, Thomas Donahue, defendeu o início das discussões para um acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos que inclua acesso a mercados, regras de comércio e instrumentos de cooperação bilateral. "Estamos ansiosos para ouvir a visão de nossos governantes sobre uma relação mais forte entre os dois países", disse na presença da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Hillary Clinton afirmou estar confiante que o estreitamento das relações entre os dois países servirá para estabilizar as Américas e também as duas economias.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, ressaltou a importância da relação comercial entre os dois países. "Os Estados Unidos são um importante destino das exportações brasileiras e vamos aumentar essa importância. Mas hoje vendemos muitas commodities e menos produtos manufaturados do que antes. Queremos recuperar os níveis de exportações de manufaturados e acho que temos espaço para isso", afirmou.
A cooperação em questões como energia, petróleo, gás, infraestrutura e habitação também estiveram em pauta no encontro que contou com a presença dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; da Educação, Aloizio Mercadante, e da Casa Civil, Gleise Hoffman, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Entre os empresários estiveram os dirigentes de algumas das maiores empresas brasileiras, como Josué Gomes da Silva (Coteminas), Frederico Curado (Embraer), Maria das Graças Foster (Petrobras), e Fernando Musa (Braskem América).