AS FLORES DO NATAL E DO ANO NOVO
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://luizcarlosamorim.blogspot.com
Uma das coisas lindas que o ano de 2010 nos proporcionou, foi a sua primavera, belíssima, plena de flores, apesar de chuvosa. O que se viu foi um espetáculo grandioso: árvores que florescem em épocas diferentes do ano confrontaram suas flores nessa primavera, em feliz, inusitada e colorida harmonia. O ipê, majestoso, se vestia de amarelo, irradiando luz e beleza, para depois, devagarinho, estender um manto dourado pelos caminhos. Enquanto isso, o inverno conspirava a nosso favor e atrasava um pouquinho, fazendo com que a flor do ipê confraternizasse, maravilhosamente, com a flor da azaléia, manchando de vermelho algumas ilhas de amarelo. E as duas árvores floridas conseguiram se manter vestidas de luz e cor, grávidas do sol, para dar as boas vindas à flor do jacatirão, que chega no final de outubro, começo de novembro.
Foi um encontro memorável. E então chega o verão, trazido pela flor de jacatirão, que traz também o Natal e o Ano Novo.
E assim, não foi só a pele dos turistas que ganharam cor: as matas encostas, as beiradas das estradas se transformaram, com as incontáveis flores que vão do branco ao vinho, até o início de fevereiro, convivendo, também, com a beleza imponente e flamejante do vermelho vivo dos flamboiãs e com o branco e o vermelho das extremosas. De janeiro em diante, as flores começam a colorir o Paraná, São Paulo e outras regiões do Brasil.
É a natureza, pródiga, a nos presentear com suas obras mais bonitas, apesar de cuidarmos tão pouco dela. Nós, homens, continuamos desmatando, cortando árvores indiscriminadamente. Haverá crime maior do que esse? Cortar a árvore que é um dos arautos da Natal, do ano novo que representa renovação, renascimento, um dos maiores representantes da beleza deste mundão de Deus...
Algumas pessoas sequer enxergam as vibrantes árvores floridas de jacatirão. Já disse antes, mas vale repetir o que Cecília Meirelles escreveu, com maestria e propriedade, em “A Arte de Ser Feliz”: “é preciso olhar e ver”. Às vezes, apenas olhamos, mas não vemos. Se você não viu ainda, olhe para o alto, para os lados, para as matas, para as alamedas, para os morros, para as margens dos caminhos, dos rios, das lagoas e veja: elas estão lá, singelas, humildes, mas majestosas e iluminadas.
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Sobre o autor: Luiz Carlos Amorim é Coordenador do Grupo Literário A ILHA em SC, com 30 anos de atividades e editor das Edições A ILHA, que publicam as revistas Suplemento LIterário A ILHA e Mirandum (Confraria de Quintana), além de mais de 50 livros. Editor de conteúdo do portal PROSA, POESIA & CIA. e autor de 26 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Colaborador de revistas e jornais no Brasil e exterior – tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, além de colaborar com vários portais de informação e cultura na Internet, como Rio Total, Telescópio, Cronópios, Alla de Cuervo, Usina de Letras, etc.
O autor assina, também, o Blog CRONICA DO DIA, em Http://luizcarlosamorim.blogspot.com