Em 20 dias, Santa Catarina registrou 64 mortes em primatas suspeitos de febre amarela. As notificações dos óbitos desses macacos estão concentradas nas regiões de saúde do Planalto Norte (nos municípios de São Bento do Sul, Campo Alegre e Rio Negrinho) e Médio Vale do Itajaí (Pomerode, Blumenau e Timbó).
No ano passado, foram notificados 20 óbitos ao longo do mês de janeiro, porém nenhum deles foi confirmado para a doença. As mortes deste ano ainda estão em análise no Instituto Carlos Chagas Fiocruz do Paraná, laboratório de referência para SC.
Diante desse cenário, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), divulgou ontem (20) uma nota de alerta. No documento, a diretoria pede que os profissionais de saúde fiquem atentos aos casos suspeitos da doença, orienta sobre a importância da vacinação e a notificação da morte ou adoecimento dos primatas (http://dive.sc.gov.br/notas-tecnicas/docs/ALERTAFA.pdf).
Vacinação
A febre amarela é uma doença grave, transmitida por mosquitos em áreas silvestres e próximas de matas. A única forma de se proteger é através da vacinação. Maria Teresa Agostini, diretora da DIVE/SC, explica que todas as pessoas com mais de nove meses devem receber a dose da vacina. “No estado, até o momento, a cobertura vacinal está em 84%.
No dia 28 de março de 2019, Santa Catarina confirmou o primeiro caso de febre amarela autóctone (contraída dentro do estado) em humano. O paciente era um homem, de 36 anos, que não havia se vacinado e morreu. Ele morava na localidade de Pirabeiraba, em Joinville. O segundo óbito em humano por febre amarela em SC, foi registrado no final de junho do ano passado. O paciente era um homem, de 40 anos, residente em Itaiópolis. Ele também não tinha registro de vacina no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).
Com relação aos primatas, foram notificadas, no ano passado, 353 mortes de macacos em 77 municípios. Dessas, seis tiveram a causa da morte confirmada por febre amarela (Garuva, Joinville, Indaial e Jaraguá do Sul). “É importante que quem encontre um macaco morto ou doente notifique a secretaria municipal de saúde. São os macacos os primeiros a adoecerem por febre amarela e por isso sinalizam a presença do vírus na região e norteiam o trabalho das equipes de vigilância”, explica Renata Gatti, bióloga da DIVE/SC.
Região de Saúde | Municípios | Total Epizootias |
Médio Vale do Itajaí | Blumenau | 7 |
Indaial | 1 | |
Pomerode | 10 | |
Rodeio | 1 | |
Timbó | 1 | |
Grande Florianópolis | Florianópolis | 4 |
Alto Vale do Rio do Peixe | Caçador | 1 |
Ibiam | 1 | |
Nordeste | Jaraguá do Sul | 7 |
Massaranduba | 5 | |
Serra Catarinense | Cerro Negro | 1 |
Palmeira | 1 | |
São José do Cerrito | 1 | |
Planalto Norte | Campo Alegre | 4 |
São Bento do Sul | 16 | |
Rio Negrinho | 2 | |
Foz do Rio Itajaí | Luiz Alves | 1 |
TOTAL | 64 |