“Sede perfeito como perfeito é o vosso Pai Celestial”. O modo de operar divino deve ser o critério, a regra de nossa vida interior e exterior. Sabemos que Deus é naturalmente bom, e a experiência nos mostra o fato de Ele, neste mundo, espalhar com profusão os seus benefícios sobre todos os seres, e ainda mais especialmente sobre a criatura humana. Deus, por Jesus no Calvário, nos constituiu filhos de Maria para que ela nos ajudasse a conservar o coração unido, mediante Jesus à Santíssima Trindade. A devoção a Maria, cada invocação, visam, sobretudo, a guarda do coração.
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É a solicitude habitual de preservar-se de toda a mancha e de unir-se, cada vez mais, ao coração de Jesus em tudo aquilo que fazemos: ocupações, trabalhos, conversações, recreação etc. A guarda do coração é busca para que a minha vidainterior transborde em todas as minhas ações. Permite àquele que caminha manter-se firme em todas suas boas disposições. É um trabalho do meu coração e da minha vontade, muito mais do que do meu espírito, para o cumprimento das minhas obrigações.
Longe de perturbar a minha ação, a guarda do coração a aperfeiçoa, pois que a regula (ação) segundo o espírito de Deus e adapta aos meus deveres de estado, para cada ação presente uma ação moderada. Como vigilante sentinela, minha alma há de exercer sua solicitude para todos os movimentos do meu coração, para tudo quanto se passa no meu interior: impressões, intenções, paixões, inclinações, em uma palavra para todos os meus atos interiores e exteriores, pensamentos, palavras e ações.
Quando eu sentir a inclinação de ir até Jesus por Maria, essa guarda do coração tomará um caráter ainda muito mais fácil e afetivo. Recorrer a essa boa Mãe, aos poucos, será como que uma necessidade constante para o meu coração. Desse modo, realizar-se-á o “Para onde vou e por quê?” Maria é aquela que se preocupa conosco e que, com amor maternal, sempre tem nos dirigido este aviso: “Detém-te, meu filho, retifica o teu coração”. Ter sempre diante de si estas perguntas: “Para quem é a ação presente? Como procederia Jesus no meu lugar?”. É essa interrogação íntima, passada ao estado de hábito, que constitui a guarda do coração. Ela fará que eu, nas mínimas particularidades, conserve as minhas faculdades e as suas tendências numa dependência habitual, cada dia mais perfeito, a respeito do Deusque vive em mim.
“Ninguém se salva senão por vós, Mãe de Deus. Ninguém recebe o dom de Deus senão por Vós, ó cheia de graça. A santidade cresce em razão da devoção que se professa por Maria”. Com Maria, fazem-se mais progressos no amor de Jesus em um mês que em vários anos vivendo-se menos unidos à boa Mãe. É ela que nos ensina a caminhar no autodomínio, no equilíbrio.
Se os ventos das tentações se desencadearem, se fordes de encontro aos escolhos das tribulações, olhai para a estrela, invocai Maria. Se vos virdes sacudidos pelas ondas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olhai para a estrela, invocai Maria. Se a cólera ou a avareza ou a cobiça assaltarem a frágil barquinha da vossa alma, erguei os olhos para Maria. Se, acabrunhado pela enormidade das vossas faltas, confundido pelas hediondas chagas da vossa consciência, horrorizado pelo pavor do juízo, começardes a ser absorvido pelo abismo da tristeza e da desesperança, pensai em Maria. Nos perigos, nas angústias e dúvidas, pensai em Maria, invocai-a.
Jamais saia Maria dos vossos lábios, jamais fique ela longe do vosso coração. Seguindo-a, não vos transviareis; invocando-a, não desesperareis; contemplando-a, não errareis. Por ele amparado, jamais caireis; sob a sua proteção, nada vos causará temor; guiado por ela, nunca vos cansareis; se ela for propícia, chegareis por certo ao porto.
Unidos Àquela, cuja invocação fazemos de Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos, jamais correremos o risco de desvirtuar as nossas obras, e desta sorte cada vez mais intimamente nos uniremos Àquela que há de assegurar-nos a posse de seu Filho durante a eternidade.
Nossa Senhora, rogai por nós!
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