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Importância do exame dos pés nas pessoas com Diabetes Mellitus

Sexta, 23 de março de 2018

A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença conhecida pela hiperglicemia constante (aumento do açúcar no sangue), causada pela diminuição da produção de insulina pelo organismo ou pela diminuição de sua ação, podendo ser de modo progressivo (lentamente) ou abrupto (rapidamente).

As complicações relacionadas a DM estão relacionadas ao processo de oxidação causado pelo excesso de açúcar no sangue, associado a fatores genéticos, ambientais e imunológicos de cada indivíduo e tempo de exposição a estes fatores.

Estas complicações em geral são divididas em distúrbios da microcirculação, quando afetam os rins (nefropatia), olhos (retinopatia), nervos (neuropatia) e da macrocirculação quando afetam o coração, como os infartos (doença coronariana), cérebro – derrames (doença cerebrovascular) e trombose (doença arterial periférica).

As complicações microvasculares apresentam risco 10 a 20 vezes maior de acontecerem em pessoas com diabetes e as complicações macrovasculares 2 a 4 vezes maior.

O exame dos pés da pessoa com diabetes tem como objetivo avaliar alterações relacionadas aos nervos (neuropatia) e a circulação do sangue nas pernas. Para as pessoas que tem DM tipo 2, a recomendação é fazer a avaliação a partir do momento em que a diabetes é diagnosticada e para pessoas com DM tipo 1, iniciar a avaliação 5 anos após o diagnóstico. Isso acontece porque as pessoas com DM tipo 2 já podem estar há vários anos com a glicemia aumentada no sangue sem saberem.

Além disso, o intuito da realização do exame do pé em toda pessoa com diabetes é avaliar e ensinar o autocuidado dos pés, situações que colocam os pés/pernas em riscos e como preveni-los, pois situações como calosidades, unhas encravadas, fungos nas unhas ou entre os dedos, se não tratadas adequadamente podem levar a complicações que podem gerar amputações.

Anualmente 1 milhão de indivíduos com DM perde uma parte da perna/pés, traduzindo-se em três amputações por minuto no mundo, segundo dados do IDF*.

O Grupo Internacional do Pé Diabético conceitua pé diabético como “infecção, ulceração e/ou destruição dos tecidos moles associadas a alterações neurológicas e vários graus da doença arterial periférica (DAP) nos membros inferiores”.

No exame dos pés é avaliada a história do paciente em relação a DM, histórico de úlceras, amputações, sinais e sintomas para neuropatia, rastreio da neuropatia com testagem vibratória, monofilamento, reflexo patelar, inspeção da pele e das unhas, palpação de pulsos e perfusão, avaliação da biomecânica do pé, sapatos e deformidades.

Sinais e sintomas importantes nos pés ou pernas: queimação, dormência ou formigamento; cansaço, cãimbras ou dor em facada ou pontada; dificuldade em manter os pés embaixo das cobertas em dias amenos/frios; micose nos pés, entre os dedos ou nas unhas; unhas encravadas; feridas que levam mais de 15 dias para cicatrizar; pele muito ressecada, áreas com rachaduras.

Em nosso município, o exame dos pés pode ser realizado pelos enfermeiros ou médicos da Atenção Básica, com treinamento e material específico (diapasão, monofilamento, etc) em todas as unidades de saúde. Casos que apresentam alterações ou necessitam de uma avaliação especializada, serão encaminhados para o CADIA.

Vá até a unidade de saúde mais próxima e agende seu exame. A frequência para o exame é anual, se houver outras necessidades, elas serão avaliadas pelo profissional de saúde que está realizando o atendimento.

12 cuidados com os pés das pessoas com diabetes

Não andar descalço, dentro ou fora de casa.

Não colocar os pés de molho em água quente, nem usar compressas quentes.

Cortar as unhas de forma reta, não deixando-as muito curtas ou com pontas salientes.

Não usar calçados apertados, com bico fino, com sola dura ou tiras entre os dedos.

Quando houver calos, não utilizar “calicidas”, nem corte-os com qualquer objeto, como com alicates, giletes, tesouras ou outros.

Lave os pés diariamente, com água e sabonete, com cuidado especial entre os dedos. Utilize somente água morna, de preferência no momento do banho.

Enxugar bem os pés, especialmente entre os dedos.

Passar creme hidratante nos pés e pernas, mas não utilize-o no meio dos dedos.

Use sapatos confortáveis, que protejam os pés.

Sempre que utilizar sapatos fechados, utilize-os com meias, de preferência as claras e sem costuras. Se necessário, use-as com a costura para fora. Preste atenção se o elástico também não está muito apertado.

Sempre inspecione os sapatos, verificando se não há objetos estranhos dentro deles que possam machucar os pés.

Examine seus pés diariamente, procurando bolhas, feridas, inchaços ou mudança na cor dos pés.

Se notar qualquer alteração, procure o serviço de saúde mais próximo.

Se tiver dificuldade de realizar o cuidado dos pés sozinho, utilize um espelho para inspeção ou peça ajuda para os seus familiares.

Os pés/pernas devem ser examinados regularmente por um profissional de saúde.

Se você for fumante, pare de fumar ou reduza o máximo que você conseguir, pois o cigarro acelerá ainda mais as alterações vasculares.

Cuidados para comprar sapatos

Objetivo que o sapato proteja o pé de lesões, de temperaturas excessivas, de contaminações e seja confortável tanto quando parado como quando estiver em movimento.

Sapato com formato mais largo na frente, que acomode bem os dedos, sem apertá-los, tanto na largura, como na altura.

Material de preferência: couro macio.

Palmilha removível.

Ajuste regulável do sapato ou sandália, com velcro ou cadarço.

Com sola antiderrapante, de couro ou borracha, com espessura de no mínimo 20 mm (2 cm).

Internamente o calçado não deve ter costuras aparentes, preferencialmente deve ser forrado e macio.

Para comprar os sapatos, de preferência no final do dia, quando os pés podem estar inchados.

Reserve tempo para poder escolher o modelo adequado, provar em ambos os pés e caminhar pela loja.

Quando utilizar um sapato novo, use-os por períodos curtos de 2 horas, aumentando 1 hora a cada dia. Não use sapatos novos em eventos sociais, sem esta adaptação gradual.

Mesmo que seja um sapato que você utilize a mais tempo, sempre observe os pés em relação a vermelhidão, bolhas ou machucados após retirá-los.

 

Referências: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018.

BrasPedi – Material treinamento Step By Step – O que deve ser dito aos pacientes e sapatos.

IDF Clinical Practice Recommendations on the Diabetic Foot – 2017.

*IDF – Federação Internacional de Diabetes.

Elaboração: Enf. Msc. Rosilei Teresinha Weiss Baade - COREN-SC 69.441

Revisão: Esp. Andrea C. B. B. Duvoisin – CRM 12.042



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