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São Bento no Passado - Henrique Fendrich

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Uma espaço para ajudar a resgatar a história de São Bento do Sul

Henrique Fendrich nasceu em São Bento do Sul e mora em Curitiba. É jornalista, escritor, genealogista e pesquisador histórico.

Autor dos livros "O imigrante Anton Zipperer", "A família Soares Fragoso" e "A família de Nicolau Becker".


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A viagem dos imigrantes de São Bento

Segunda, 15 de janeiro de 2018

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Quem pesquisa sobre a origem de sua família em São Bento, seja ela de origem germânica ou polonesa, descobre que elas chegaram ao Brasil fazendo uma viagem marítima do porto de Hamburgo, na Alemanha, ao porto de São Francisco do Sul. Sabe-se o dia da partida, o dia da chegada e os companheiros de viagem, mas não se sabe os detalhes da viagem. Por sorte, existem diversos relatos de imigrantes que fizeram essa travessia, de modo que é possível reconstruir o roteiro dos imigrantes.

A saída do porto de Hamburgo às vezes atrasava, por conta de temporais nos mares do Norte. Quando partiam, as embarcações eram rebocadas por um vapor, guiado pelo comandante do porto. Costeava-se então bairros de Hamburgo, como St. Pauli, Altona e Blankenese e seguia-se pelo Rio Elba até a altura de cidades como Stade e Glückstadt. Havia o risco de contratempos, como encalhar em um banco de areia.

Próximo a Glückstadt, o comandante do porto retornava a Hamburgo pelo vapor e a embarcação passava a ser conduzida por um prático. Chegava-se então a Cuxhaven, última grande cidade alemã antes de entrar no mar grosso. Isso podia acontecer até uma semana depois da partida do porto. Levanta-se então âncora e, depois da última guarda costeira, o prático se despedia e as embarcações passavam a ser guiadas por seus comandantes. E seguiam na direção do arquipélago alemão Helgoland.

Nesse ponto da viagem, começava uma terrível fase de enjôo, da qual se pode dizer que ninguém escapava. Todos ficavam prostrados por vários dias, só melhorando ao chegar a regiões mais calmas. Antes do golfo da Biscaia, as embarcações passavam pelo Canal da Mancha, descrito por mais de um imigrante como o “temido canal”. E aí se entrava no oceano propriamente. Só até aí podiam ter se passado duas semanas.

Depois, as próximas referências dos imigrantes eram a cidade de Lisboa, a Ilha da Madeira e as Ilhas Canárias, último território europeu que avistavam. Seguiam então pela costa africana até chegar a cruzar a Linha do Equador, o que era um evento bem marcante e geralmente acompanhado de trotes com os que o cruzavam pela primeira vez. E então seguiam na direção do Brasil, mas só chegariam lá muitos dias depois.

Aos imigrantes mais antigos, a viagem poderia se aproximar dos três meses. Era uma aventura e tanto, e o primeiro grande teste que deviam enfrentar em sua imigração.

 



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