Retaliação à Mauro Mariani começa com exoneração na Embratur

Salvador Neto

Deputado federal e presidente do PMDB de SC bateu de frente com a cúpula nacional e Governo Temer

O sonoro “não” ao Governo de Michel Temer, seu correligionário, na votação da denúncia contra o Presidente na Câmara dos Deputados já rendeu um sinal de retaliação do Palácio do Planalto ao deputado federal e presidente do PMDB de Santa Catarina, Mauro Mariani: a exoneração de Tufi Michreff da Embratur.

Tufi, fiel escudeiro de Mariani há anos, era atualmente Diretor de Gestão, e além das atribuições do cargo, substituia o presidente Vinícius Lummertz, também catarinense, este avalizado pela bancada federal do PMDB catarinense. Há outros cargos federais indicados no estado pela bancada, mas diretamente ao presidente estadual seria Tufi.

Mauro Mariani diz não estar preocupado com essas retaliações, e que Santa Catarina não está recebendo o tratamento devido por sua importância. Obras como as da BR 280, 470, paralisadas, entre outras demandas que se tem buscado em Brasília, são citadas por ele como demonstrações de que não há como seguir apoiando isso, além da gravidade da segunda denúncia.

O deputado federal vinha aumentando o tom contra o grupo do Palácio do Planalto que também comanda o PMDB Nacional. Já pediu a renúncia do diretório nacional. Foi cobrado por Eliseu Padilha sobre suas posições, e também por Romero Jucá, atual presidente do partido. Na primeira votação, Mariani votou contra a denúncia a Michel Temer. Mas nesta segunda, surpreendeu com o “não”, que na verdade dizia sim ao prosseguimento da investigação contra o Presidente da República.

“O establishment não me tolera”, disse ele esta manhã sobre o caso. Talvez se refira às situações também em SC, onde ainda apara as arestas a seu nome para o Governo do Estado, mesmo dentro do seu partido. Do sul, lideranças ligadas à Eduardo Moreira, vice-governador, articulam abertamente por ele, até afagando ao prefeito de Joinville, Udo Döhler. Jogadas que das questões éticas passam longe, mas já conhecidas no PMDB.

Hoje a executiva estadual do partido vai discutir estas e outras questões na Capital. Vejamos o que virá a partir daí. Mariani diz que a bancada entendeu o seu posicionamento e voto. Fontes dos bastidores dizem que não, pois coloca em xeque outros cargos e interesses da bancada federal. A bancada estadual sempre flerta com outros projetos que não os do Presidente.

O senador Dário Berger não falou nada, nem contra, tampouco a favor. Este silêncio dos companheiros de partido deixam o projeto de poder do PMDB enfraquecido, caso não haja posicionamentos mais fortes das bancadas e lideranças. As peças do tabuleiro para 2018 serão jogadas ainda mais rapidamente, e fortemente, a partir de agora.

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Tufi Michreff estava há cinco anos na Embratur