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Operação Carne Fraca leva Fricasa de Canoinhas a retirar salsichas do mercado

Frigorífico canoinhense terceirizava a produção de salsichas para o Frigorífico Peccin, de Jaraguá do Sul, um dos alvos da operação da Polícia Federal desencadeada há duas semanas

Quinta, 30 de março de 2017

 

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Sede da Fricasa em Canoinhas/Edinei Wassoaski/JMais
 

Logo que os efeitos devastadores da Operação Carne Fraca vieram à tona, a direção do Fricasa Alimentos, frigorífico de Canoinhas, determinou a retirada imediata de salsichas que apesar de levarem a marca Fricasa, eram produzidas pelo Peccin, frigorífico com sede em Curitiba e filial em Jaraguá do Sul. O Peccin foi um dos principais alvos da operação que apurou irregularidades no comércio de carnes de vários frigoríficos, incluindo gigantes do setor como a JBS e a BRF.

 

Segundo o diretor do Fricasa, Antoninho Iagher, a determinação de tirar as salsichas comercializadas do mercado veio antes de qualquer determinação de órgãos fiscalizadores, no dia seguinte à divulgação da operação. “Acredito que não tenha mais nada no mercado”, afirma. Iagher explica que “dentro da legislação dávamos a nossa fórmula para o Peccin fabricar a nossa salsicha”. A princípio a salsicha que leva a marca do frigorífico canoinhense era produzida na sede da empresa. Com a necessidade de expandir o setor de carnes, a produção foi terceirizada para a Peccin. ” Nunca tivemos problemas com eles, inclusive as salsichas que confiscamos passaram por testes físico-químicos e microbiológicos e nada foi apontado. Mesmo assim nossa decisão imediata foi de romper o contrato e retirar as salsichas do mercado”, explica Iagher.

 

Segundo o empresário, o problema da Peccin está ligado a falta de rastreabilidade do que ela produz. “Aqui no Fricasa se tivermos um problema com uma peça de carne saberemos de onde saiu o suíno por causa da rastreabilidade. Foi nessa questão que a Peccin falhou”, explica. Essa rastreabilidade é um dos itens que garante o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

 

A comercialização de salsichas representava 5% da produção do Fricasa e, embora tenha pouca importância para o lucro da empresa, aumentava o mix de produtos. Agora, o Fricasa estuda terceirizar a produção para outro frigorífico ou retomar a produção dentro da própria fábrica. O foco, neste momento, no entanto, está na adequação e expansão da empresa para o mercado externo. Um grupo de chineses esteve recentemente visitando o Fricasa para conhecer o processo de produção da carne suína.

 

CONSUMO

Ainda com relação a produção própria do frigorífico, Iagher afirma que não houve nenhuma alteração na venda da carne suína. “Estamos vendendo normalmente.” Ele diz, ainda, que o prejuízo com o recolhimento da salsicha no mercado será arcado pela Peccin, conforme prevê o contrato.

 

Sobre o desgaste que a operação causou a todo o mercado produtor de carne, Iagher lembra que “problemas sempre podem surgir, isso é inevitável. O importante é corrigi-los imediatamente.” Ele ainda diz que vê pontos positivos na operação, como o fato de o cliente ficar mais atento e exigente, verificando a procedência da carne que consome.

 

MAIS RIGOR

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse nesta quarta-feira, 29, que a atualização do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) torna as regras mais claras e tira a “discricionariedade” dos fiscais na interpretação da lei. O novo regulamento prevê a possibilidade de multa de até R$ 500 mil para as empresas com irregularidades, antes o valor máximo era R$ 15 mil, e substitui a norma anterior, em vigor desde 1952.

 

O Riispoa engloba a inspeção de todos os tipos de carnes (bovina, suína e de aves), leite, pescado, ovos e mel. “Estamos procurando deixar claro que a lei deve ser seguida e a lei está muito clara. Fica tudo mais previsível, transparente e que as pessoas possam olhar e entender o que está escrito”, disse Maggi.

 

 

O ministro negou que a assinatura do decreto de atualização do Riispoa tenha sido acelerada como forma de dar uma resposta ao mercado em virtude do impacto negativo da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. “Nenhum dos itens foi colocado agora ou surgiram neste momento. Tudo estava previsto. É um assunto que vem de algum tempo, com centenas de pessoas envolvidas. Construímos um regulamento que reflete a década, o ano de 2017, e não 65 anos atrás, quando ele foi construído”.

 

 

Entre as mudanças do novo regulamento, está a redefinição das sanções com penalidades, que vão de leve, moderada, grave até gravíssima. Nos casos graves e gravíssimos, poderá ser feita a interdição do estabelecimento e a cassação do registro de funcionamento. Com isso, disse o ministro, a empresa não poderá mais atuar no mercado.

 

Acho importante deixar claro o endurecimento que vamos ter. Três penalidade significam perder o SIF [Serviço de Inspeção Federal], ou seja, perder a empresa. Ele não perde o bem, mas perde atuação econômica. Uma penalidade dessa vai fazer com que todos nós da indústria tenhamos um pensamento diferente”, disse Maggi.

 

Além disso, o novo regulamento estabelece a obrigatoriedade da renovação da rotulagem dos produtos de origem animal a cada dez anos e determina sete tipos de carimbos do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

 

 

MENOS ARTIGOS

Com a atualização, o regulamento passa a ter 542 artigos, quase a metade dos 952 artigos da norma editada em 29 de março de 1952 e que estava em vigor.

 

Pela nova regra, a inspeção deverá ser baseada “em conceitos mais modernos”, como também será possível a utilização de ferramentas de controle de qualidade de produtos mais atualizadas, como a Análise de Risco e Pontos Críticos de Controle – APPCC (a mesma ferramenta utilizada pela NASA para controlar a inocuidade dos alimentos dos astronautas em missões espaciais).

 

O Riispoa atualizado estabelece quando e em que tipo de estabelecimento será instalada – em caráter permanente – a inspeção de produtos de origem animal. A nova regra traz ainda novos conceitos de inspeção ante mortem e post mortem. Simplifica, racionaliza e moderniza o processo de avaliação das rotulagens dos produtos de origem animal, possibilitando a informatização no envio de informações sobre rotulagem de produtos, agilizando as respostas do Ministério da Agricultura.

 

A nova norma redefine os modelos dos carimbos na tentativa de facilitar o entendimento das marcas para o consumidor. De acordo com o Ministério da Agricultura, atualmente existem 18 diferentes modelos de carimbos regulamentados e o novo Riispoa reduz esse número para sete modelos.

 http://jmais.com.br/operacao-carne-fraca-leva-fricasa-retirar-salsichas-do-mercado/



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