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Apenas 30% das mulheres entre 50 e 69 anos fazem mamografia em SC

Segunda, 20 de fevereiro de 2017

 

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Foto: Gilmar de Souza / Agencia RBS
 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que pelo menos 70% das mulheres com idade entre 50 e 69 façam anualmente a mamografia. Diferentemente do toque, o exame é capaz de detectar o câncer de mama em fases iniciais e, por isso, aumentar em até 100% as chances de cura, se o tratamento for iniciado na sequência, conforme o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer. 

Mas em Santa Catarina, somente 30,3% das pacientes com essa faixa etária tiveram diagnóstico a partir dos mamógrafos do Sistema Único de Saúde (SUS). Divulgados na última semana pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), os números sobre a cobertura mamográfica no Brasil indicam que 180 mil pacientes catarinenses foram contempladas em 2015. 

O universo de mulheres que deveria ter feito o exame no período é de 389 mil. No último estudo, feito em 2013, o dado foi relativamente maior: 35,7%, o que indica uma piora na política de prevenção ao câncer.

O presidente da SBM em SC, Cristiano Steil, atribui os números à baixa conscientização das mulheres sobre a importância do exame. Diferentemente de outros Estados, ele garante que o problema local não está nos equipamentos, pois é comum a formação de convênios com a rede particular para resolver problemas pontuais.

– Há mulheres que nunca fizeram uma mamografia. Então, depende de um grande trabalho na saúde básica para fazer com que agentes de saúde tragam essas mulheres. Alguns números mostram que no Outubro Rosa, por exemplo, as pacientes que vão fazer o exame são as mesmas que fazem todo ano. É a pessoa que vai atrás, nós não vamos atrás da pessoa – argumenta.

Apesar da baixa cobertura, 
Estado se destaca no país

Em comparação com outros Estados, SC apresenta a quarta melhor média. No país, 8,4 milhões de mulheres deixaram de fazer o exame em 2015. O Brasil também passou a oferecer menos exames pela rede pública em relação a 2013. 

Se em outros Estados a justificativa para a baixa cobertura tem relação com mamógrafos fora de funcionamento, a Vigilância Sanitária de Santa Catarina garante que a situação não se repete por aqui. 

Segundo a diretora do órgão Raquel Bittencourt, que comanda a inspeção na rede pública e privada, hoje são 96 serviços de mamografia no Estado – que podem ter mais de um mamógrafo – e somente oito equipamentos inoperantes: três interditados e cinco desativados. Em 2015, os números eram piores: 39 em condições aceitáveis, 31 toleráveis e 32 inaceitáveis, que não cumpriam diversos pré-requisitos. 

 

Após o diagnóstico, há demora no acesso ao tratamento

Apesar da situação relativamente positiva em SC, o presidente da SBM, Cristiano Steil, indica outro aspecto a se melhorar:

– Não adianta em nada aumentar esses números, se não estamos conseguindo ter resultado nesse diagnóstico. Não chegamos ao tratamento. O grande problema do Estado e do Brasil é a dificuldade das pacientes no acesso ao tratamento. Geralmente, a demora é de seis meses a um ano para fazer uma biópsia [procedimento de retirada do nódulo]. A lei determina que esse prazo seja de 60 dias.

As informações do mastologista são confirmadas pela presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer em Florianópolis, Zita Sander Meireles. Ela comprova a demora no acesso ao tratamento, mas pondera que o trabalho de orientação sobre a importância da mamografia é realizado o ano inteiro.

– As pacientes levam três, cinco meses para conseguir se tratar. Isso, às vezes, é muito tarde. Nós ficamos angustiadas. Mas, dentro das nossas entidades, conscientizamos muito. Chamamos a atenção o máximo possível das mulheres. Agora, estamos utilizando redes como WhatsApp e Facebook, porque é onde todo mundo está – afirma Zita.

Secretaria garante ampliação do atendimento

A Secretaria de Estado da Saúde desconhece os dados da Sociedade Brasileira de Mastologia. No entanto, apresenta outros números, que ainda indicam uma queda na cobertura mamográfica, mas em menor proporção: de 119.600 mamografias em 2014 para 119.238 em 2016, na faixa etária de 50 a 69 anos. Segundo a superintendente de Serviços Especializados e Regulação, Karin Geller, a queda não está relacionada ao número de equipamentos de mamografias no Estado.

– Não temos fila de espera para mamografias. É preciso estimular campanhas municipais para mulheres a partir dos 50 anos, como recomenda o Ministério da Saúde, pois o que diminuiu foi a procura por exames nessa faixa etária – argumenta.

A secretaria diz que o Estado tem o controle de uma fila de mulheres que precisam realizar mamografia de rotina. Contudo, o Sistema de Regulação Nacional indica somente a Maternidade Carmela Dutra e o Hospital Universitário, ambos em Florianópolis. Em relatório extraído na última semana, havia apenas uma pessoa esperando para fazer mamografia, que deu entrada no sistema em 8 de fevereiro. Uma equipe da pasta trabalha na unificação das filas em cada município.

Karin acrescenta que o Estado é um dos poucos que oferecem exames para mulheres a partir dos 40 anos pelo SUS. A medida é comemorada por Zita Sander Meireles, que preside a Rede Feminina de Combate ao Câncer:

– Não aceitamos que somente mulheres mais velhas devam fazer mamografia. O que nós mais encontramos é câncer de mama em pessoas jovens. A mamografia unilateral [só de uma mama] é igualmente um absurdo.

http://dc.clicrbs.com.br/sc/estilo-de-vida/noticia/2017/02/apenas-30-das-mulheres-entre-50-e-69-anos-fazem-mamografia-em-sc-9725649.html



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