O que lhe falta?

Todos nós temos necessidades físicas e emocionais que precisam ser satisfeitas para sermos felizes. Assim como não podemos comer de uma vez só para não termos fome durante um mês, o mesmo vale para as emoções em nossa vida. Temos necessidades que precisam ser constantemente atendidas de alguma forma.

E quando essa “realização” não acontece, sentimos uma espécie de “vazio”. Sentimos que nos falta algo e tentamos preencher essa “lacuna” da nossa existência.

A grande questão é que a maioria de nós acredita que esse vazio deve ser preenchido por algo que ainda não temos e precisamos conquistar. Ouvimos muitos exemplos, como “quando comprar essa casa estarei tranquilo”. “Minha vida está quase perfeita, só falta um companheiro”. “São esses 10 quilos extras que não me deixam feliz”. E então fazemos desses desejos (na sua maioria, desejos materiais) nossas metas para felicidade.

Só que muitas vezes, após conseguirmos, nossa sensação de felicidade é muito menor do que imaginávamos que fossemos sentir ao alcançar o objetivo.

O psicólogo de Harvard, Dan Gilbert, aponta que o ser humano tende a superestimar aquilo que não tem e subestimar o que já conseguiu.

“Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos.” – William Shakespeare.

Quantas vezes não nos lembramos de acontecimentos bons do passado, e tivemos aquela sensação de que éramos mais felizes do que agora. Mas se pararmos pra pensar, na época não nos achávamos tão felizes assim, não é? Ou quem nunca pensou “eu era feliz e na sabia”?

Isto posto, o texto acima nos leva a algumas reflexões, que deveriam ser uma constante em nossa vida, e nos ajudaria (e muito!) a sermos mais felizes:

O CONCEITO DE FELICIDADE É PARTICULAR. Muitas vezes, almejamos a felicidade “que não nos pertence”. Quando escrevo isso, me refiro ao conceito de felicidade imposto pela sociedade. Aquele que diz que devemos ser bem sucedidos profissionalmente, ter um padrão de beleza, ter filhos e uma casa bonita, como se houvesse uma receita pronta para isso. Pois digo a vocês, amigos leitores, que a felicidade transcende esse conceito social  hipócrita. A felicidade é você estar bem consigo mesmo, é saber o que precisa melhorar, é praticar o bem, é fazer ao outro o que gostaria que fizessem à você. É sentir-se completo, sem preceitos pré estabelecidos.

DÊ VALOR ÀS COISAS QUE REALMENTE TEM VALOR. Não acho errado almejarmos bem materiais. Estamos nesse mundo “da matéria”, e Deus nos deu esse instinto de melhoramento, e ele é importante para que sejamos felizes. O que é errado é o homem dar mais valor à matéria, aos bens materiais, que aos fatos realmente importante de nossas vidas. Família, amizades. Fazer o bem. Ajudar o próximo. Tentar ser uma pessoa melhor a cada dia. Paz interior. Consciência tranquila. São tantos os fatores que deveríamos valorizar mais e renegamos essa “felicidade verdadeira” em detrimento a nossa ganância e vaidade.

“A alegria não está nas coisas, está em nós.” - Johann Goethe

AGRADEÇA PELO QUE VOCÊ TEM E PELO QUE VOCÊ É. O ser humano tem uma tendência ao pessimismo. Enfatizamos os fatos negativos de nossas vidas (vide noticiários) e não damos importância às bençãos diárias que nos cercam. Reflitamos juntos: você acordou hoje (portanto está vivo, tem mais um dia para buscar a felicidade), levantou da cama (tem uma cama e uma casa pra dormir), tomou café ( tem comida, pode se alimentar), está lendo o jornal (sabe ler, tem olhos, mãos para folhear as páginas do jornal). Os fatos bons em nossas vidas são tantos, que se pararmos para pesar na balança são infinitamente maiores que os percalços da vida. Então, agradeça sempre por tudo de bom que lhe acontece diariamente. E você está exatamente onde precisa estar. Você é como deveria ser, está na família que precisa (e merece). Isso não significa que precisa estagnar e se conformar com “o destino”. Você é o objeto de mudança em sua vida. Mas pare de se lamentar com os obstáculos que aparecem em sua frente, tenha coragem, determinação e ultrapasse cada um deles.

“Aprendi que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos.” – William Shakespeare.

“Aos incapazes de gratidão nunca faltam pretextos para não a ter.” – Gustave Flaubert

A FELICIDADE É DIFERENTE PARA CADA PESSOA. Seja feliz da sua maneira. Respeite as “regras do jogo”(respeitando o próximo), mas não deixe que ninguém lhe diga o que você precisa fazer para se sentir bem. Trace metas. Faça isso em sua esfera pessoal, familiar, social, profissional e espiritual. Coloque metas para que você possa superá-las. Desafie-se. E usufrua, então, da felicidade que é realizar-se em cada um dos aspectos de sua existência.

“Seja feliz, mesmo que sua felicidade incomode aos outros! É melhor ser feliz e incomodar, que, covardemente, compactuar e compartilhar a infelicidade de quem, egoisticamente, não sabe ser feliz com as coisas que tem...” - Eliane Azevedo

Um abraço fraterno a todos, e sejam felizes de verdade!