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Cléverson Israel Minikovsky

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Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)

Advogado

Filósofo

Jornalista (DRT 3792/SC)


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Entendendo a dinâmica do decurso da história

Quarta, 22 de julho de 2015

 

Por Piotr Smirnoff

 

Diria que se existe uma lógica na História ela está diretamente ligada ao desenvolvimento do cristianismo. Com o advento do cristianismo a Igreja de Atos dos Apóstolos, através de seus exemplos de heroísmo e martírio caminha para a aquisição de prestígio social. O prestígio social se torna tamanho que os cristãos tomam para si o governo do mundo. E com Constantino a igreja se burocratiza, se institucionaliza, se juridiciza. E a estatização da religião cristã redunda na liturgia e no engessamento do cristianismo. A ponto de a rigidez causar tamanho distanciamento do propósito original e genuíno do cristianismo de formas a precipitar e dar causa à Reforma Protestante. E no que redunda a Reforma Protestante? Diria que o lado mais belo da Reforma Protestante é a superação da proposta de Lutero. O que se vislumbra hoje não é luteranismo, calvinismo ou seja lá o que for. O que se vislumbra é cristianismo saudável e de melhor qualidade. E o que visa este cristianismo de excelente qualidade? Simples: ele visa estabelecer o governo de Cristo na terra. E faz e prega isto de uma maneira tão bela que está angariando muita gente. O ministério apostólico dos evangélicos está acrescendo dia a dia mais e mais pessoas. E os neoconvertidos por sua vez promovem efeito multiplicador anunciando as bênçãos que Deus tem proporcionado em suas vidas. De tal sorte que o cristianismo será reinventado. E quando ele for hegemônico e o catolicismo não passar de uma lembrança do passado novamente os cristãos terão o governo da terra. E o que vai acontecer quando os cristãos novamente tiverem o governo da terra? Simples: irão se desgastar como todo aquele que é governo se desgasta. E nova onda, semelhante ao processo de romanização pré-medieval, vai acontecer. E novamente nova cracas apegar-se-ão ao cristianismo. E ele aspirará a pureza do passado. E novos reformadores virão. E a História do Ocidente e por consequência a História da humanidade consistirá neste ciclo e rejuvenescimento e envelhecimento de estruturas eclesiásticas cristãs. Porque os objetivos do cristianismo são dois: ser governo e ser puro. Quando for puro quererá ser governo e quando for governo quererá resgatar a pureza. Muitas idades médias e muitas modernidades sobrevirão. E todo este grande movimento de megaciclos apenas mostrará a capacidade da cultura cristã de reinventar-se. Justamente por haver no cristianismo elementos de conservação e de mudança é que ele sempre será a grande resposta para o homem de hoje e de amanhã. E é claro que todas estas idas e vindas atingirá diretamente o pensamento humano do que a tradição filosófica é o melhor espelho. Avivamento produz esfriamento e esfriamento produz avivamento. A contradição move o cristianismo. E a contradição é interna. O cristianismo nunca morrerá porque ele é o que tudo de perene é: algo essencialmente em eterno processo de trânsito e mudança. A única coisa que não muda no cristianismo é a mudança. O cristianismo é o eterno “arrependei-vos” sendo que o ser humano, falho que é, sempre tem do que se arrepender. Entre casamentos e divórcios com o mundo situa-se o cristianismo. É difícil não se imiscuir com que se é casado. Difícil mesmo. O mundo evangélico está fazendo o trabalho de formiga: cabeça a cabeça. E quando a soma das individualidades for a maioria absoluta novos tempos virão. Quem sabe com a invenção de uma nova Idade Média tenhamos uma vez mais uma sociedade estável, menos suscetível a mudanças. O que o homem de hoje não suporta mais é o ciclo absurdo e veloz de mudanças. Nenhuma outra força além do cristianismo é capaz de tragar para dentro de si uma humanidade inteira mais de uma vez. Só é possível substituir um cristianismo mal compreendido por outro mais esclarecido. Mas nada consegue ser melhor do que cristianismo. No fundo tudo mede o grau de pureza com que lemos as Sagradas Escrituras. O cristianismo que ataca as portas do inferno é puritano e literal. O cristianismo que se defende das portas do inferno está montados sobre cultura erudita, ciência, filosofia e poder. O cristianismo revolucionário prega para as massas e quando está plenamente constituído aliança-se com os ricos, sábios e poderosos. A obra da cruz fez mais que salvar homens e mulheres que aceitaram a palavra e que se fizeram batizar, ela disse como a História humana progrediria e consubstanciar-se-ia. Há uma troca entre conter e estar contido. A Igreja nega o mundo mas se alimenta de almas que estão no mundo. Há uma codependência entre o profano e o sagrado. O cristianismo cristianiza o mundo e o mundo mundaniza o cristianismo. O pêndulo está fazendo apenas seu segundo movimento, mas antes do final dos tempos poderá repetir várias e várias vezes este ciclo.



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