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Cléverson Israel Minikovsky

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Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)

Advogado

Filósofo

Jornalista (DRT 3792/SC)


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Abuso Infantil

Quinta, 21 de maio de 2015

 

De acordo com Tilman H. Fürniss, não é muito acertado falar em “abuso sexual” quando a vítima é criança, mas o melhor seria falar em “abuso infantil”. Ele é considerado por muitos o melhor no assunto em nível mundial. Por coincidência, aliás, uma vez mais o melhor do mundo em uma área da teoria novamente é um alemão. Na sua obra é possível encontrar reflexões de grande profundidade e sofisticação. De acordo com Fürniss, o abuso infantil, este sim, pode ser físico, emocional, psicológico ou sexual. Pode, inclusive, implicar mais de um aspecto ao mesmo tempo. Verdade velha e surrada é a de que o abusador em muitas das vezes foi ele próprio abusado quando criança. Mas se partimos da premissa de que o que importa é o abuso infantil então fica mais fácil explicar a personalidade do abusador. Porque mesmo que uma criança não tenha sido abusada precisamente na dimensão sexual, se foi alvo de abuso infantil poderá manifestar quando adulto personalidade arredia e antissocial e inclusive ser um abusador. Porque crueldade gera padrão de crueldade. É assim que a criança barbaramente punida com castigo de natureza física pode manifestar seu lado “mau” ou não tão bom se prevalecendo sexualmente daquele ou daquela que agora ele quer vitimizar. A descarga emocional se consubstancia na agressividade e na crueldade, não importando de que maneira o ímpeto agressivo irá se perfectibilizar. Além do mais, nunca é demais lembrar, pegando uma carona agora na veia psicanalítica, de que uma pessoa pôde ter sido abusada em tenríssima idade e já nem tem lembrança consciente daquilo pelo qual passou, mas o inconsciente armazena isto de alguma maneira no intelecto, o que, embora distante da clarividência da lucidez, repercute diretamente no comportamento. O dia 18 de maio foi marcado internacionalmente pela lembrança da necessidade de combate à exploração sexual infantojuvenil e pela necessidade de se prevenir e coibir os abusos. A criança que ainda não sabe verbalizar o que sente e pensa pode denotar mudanças no padrão de comportamento. É comum, por exemplo, que a criança abusada faça desenhos representando as áreas genitais exageradas. Encontradiços são os desenhos de pessoas em forma de demônios. Isto, quanto ao perfil da vítima. Vamos ao perfil do abusador. O perfil do abusador pode ser caracterizado como uma compulsão. A pessoa se realiza imaginando ou praticando atos libidinosos com crianças. Pode acontecer inclusive que um pedófilo fique na cogitação a vida inteira e nunca realize seu desejo. Para efeitos jurídicos ele só se torna criminoso quando põe em prática o que tanto anseia. Assim, quem tem este tipo de desejo precisa procurar ajuda terapêutica. Já com o psicopata é diferente. Ele perde a sensibilidade. O sofrimento da vítima ou a reprimenda da sentença judicial não o intimidam. Ele pode passar trinta anos recluso, quando sair da prisão, se tiver condições físicas para tanto, fará a mesma coisa que fez quando estava na ativa. A patia é maior do que ele. Ele não consegue controlar a si próprio. Que este artigo se preste a esclarecer que todos estamos sujeitos a figurar na posição de vítima ou de abusador. Nunca é demais lembrar o conselho evangélico da vigilância. E em outro lugar das Sagradas Escrituras “quem imagina estar de pé cuide para não cair”. Enfim, lembrar é combater, calar é consentir, razão pela qual insistimos neste ponto enquanto sociedade organizada. No fundo, o que fica estampado é o compromisso ético que devemos ter para conosco mesmos. O papel da nossa geração é preparar a próxima geração. Quem não quiser ajudar não atrapalhe. Como diria um moralista conhecido da mídia, “ético é o sujeito que sozinho num quarto escuro, deitado em sua cama, ao bocejar, coloca a mão na frente da boca”. Farisaísmo à parte, penso que quem conseguir viver tão minuciosamente a ética outrossim respeitará as crianças. Quem é pai ou mãe, quando tiver partido desta para melhor, comparecerá diante de Cristo Juiz. Ora, os tais estarão com o ingresso garantido no Reino dos Céus se puderem mostrar com seu Livro da Vida que procuraram tratar as crianças com respeito e amabilidade. Poderemos nutrir esperança na dependência de Deus se nós, os provedores dos pequeninos, dispensarmos a eles o tratamento que gostaríamos de receber do Pai Celestial.



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MARIANO SOLTYS


Uma triste realidade que tem de ser identificada e punida sempre severamente. Essa parafilia destrói a vida do infante a que é vítima. E triste realidade que os principais abusadores são os familiares. Pode-se identificar por testes psicológicos, e após aqueles que já cometem de modo leve, como em pornografia infantil, devem ser identificados e controlados com coleiras eletrônicas, a exemplo de justiça dos EUA. Abraço irmão e muito pertinentes as elucidações.

Responder      24/05/2015

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