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Cléverson Israel Minikovsky

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Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)

Advogado

Filósofo

Jornalista (DRT 3792/SC)


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Faminto acorrentado

Sexta, 01 de maio de 2015

Faminto acorrentado Certa vez eu e meu pai fomos visitar o nosso tio, tio de meu pai e meu tio-avô, e lá estava uma cadela amarrada na corrente. Era uma cadela grande, mas estava só pele e osso. Ninguém lhe dava comida. Então meu pai disse “solte esse bicho, tio, porque solta ela pelo menos pode se virar, pode buscar alimento na vizinhança ou mesmo caçar”. Assim estão muitas pessoas casadas hoje. O sujeito não recebe o mínimo de afeto do cônjuge, seja o varão da virago ou a virago do varão. E não busca afeto na rua porque está atado ao casamento pelo vínculo do sacramento. É um esfomeado acorrentado. Está faminto de afeto e não o recebe nem do lado de dentro e nem do lado de fora. Há muitos viúvos de esposa viva assim como há muitas viúvas de marido vivo. A pessoa senta ao lado do cônjuge e o mesmo só quer lhe ensinar, do alto sabe-se lá de que pedestal, só quer lhe advertir e lhe admoestar. Nada de relacionamento, só admoestação. É fácil saber quando o relacionamento esfria: perde-se a intimidade, o contato físico, a capacidade de olhar no fundo do olho. Muitas vezes, aliado a isto tudo se vive amarrado ao corpo fadigado. Este é outro problema. Porque não é a alma que tem de ser escrava do corpo, mas é o corpo que tem de ser escravo da alma. Às vezes penso que sábios mesmos eram nossos avós. Pois sabiam se respeitar e guardar a distância e a proximidade que todos os bons relacionamentos requerem. Hoje se vai à padaria e dois dias depois de fabricado o pão ele já está começando a bolorar. Ninguém sabe que é preciso esperar esfriar o pão antes de pô-lo no pacote de plástico. Na casa de meus avós maternos o pão era feito na fornalha e colocado num cesto de vime coberto por um pano, assim o pão não se estragava. Também na casa de meus avós maternos o suco era feito de vinho misturado com água. E nunca ninguém virou ébrio por causa disso. Hoje se tomam estes sucos horríveis feitos de pó. Bons os tempos em que se ganhava muito dinheiro fazendo-se coisas simples. Hoje a maior engenharia intelectual do mundo não vale um vintém. Dos pais o filho espera uma série de coisas, inclusive afeto. E ninguém se casa imaginando que terá um estafermo ao seu lado. Sim, tudo é uma troca. Mas a via tem uma mão que vem e a outra que vai. Se o cônjuge não consegue tirar cinco minutos no ano para a cara-metade algo muitíssimo errado está a acontecer. Depois quando um jovem piloto projeta um avião para o mar todos querem achar uma explicação. A explicação é esta: um mundo de sexo sem amor, um mundo onde para o pai o filho é objeto, um mundo onde a vida vira um jogo difícil e árido, um mundo que tira a última gota daquilo que é puro sequeiro. Nosso Deus é pedra, nós somos carne. E tudo o que Deus quer nos falar é que não sejamos pedra, pois só Ele é pedra. Não adianta nós querermos ser feitos de um material que não seja o nosso genuíno material. Como diria o sábio Mariajosé Escrivá “o barro é o meu princípio e a terra é a herança de minha linhagem”. Dá para não assinar embaixo?



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mariano soltys


BELO ARTIGO AMIGO. NUNCA FUI CASADO, E NEM TIVE GRANDE SORTE COM AS MULHERES, SUPORTANDO MAIS A SOLIDÃO. MAS ESCREVI DOIS LIVROS SOBRE O AMOR, E NESSA OBSERVAÇÃO PERCEBI QUE VIVEMOS EM UM TEMPO DE CERTA BUSCA DO LEGÍTIMO E COMPLEMENTAR. SOBRE O PÃO, TENHO UMA TIA QUE O FAZ NO FORNO, E É MUITO MAIS SABOROSO QUE ESSES DE PADARIA. OS ANIGOS TÊM GRANDES LIÇÕES A NOS DAR. TALVEZ O TEMPO RENOVE AS COISAS E TUDO SE VEJA LOGO NO MELHOR. ABRAÇO

Responder      27/05/2015

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