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Padre Mário Marcelo Coelho - scj: “Taí, seu tema vai ser sobre Xenotransplante”


Defendi a tese, publiquei um livro pela Loyola sobre Xenotransplante, depois quando eu fui para Roma também quis me dedicar um pouco a isto

 

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O palestrante Padra Mário Marcelo Coelho - Scj conquistou a plateia (Fotos Pedro Skiba/Evolução)
  

Padre Mário Marcelo Coelho, natural de Itumirim-MG, antes de ingressar no Seminário formou-se em Veterinária pela Superior Escola  de Agricultura de Lavras, hoje Universidade Federal de Lavras, posteriormente fez Mestrado em Melhoramento Genético Animal, defendeu a tese na mesma Universidade, depois  entrou para o Seminário inclusive passando por Rio Negrinho e Brusque. Depois que terminou Filosofia, foi para Taubaté(SP). Fez Teologia na Faculdade Dehoneana, onde ordenou-se padre. Foi para São Paulo onde fez Mestrado em Bioética.  A sua experiência na área de pesquisa foi em xenotransplantes, uso de órgãos animais em humanos. Voltou para Taubaté, trabalhou um tempo como professor, após foi para Roma onde fez doutorado, na Academia Allfonsiana, lá também defendeu tese na área de bioética que é melhoramento genético humano. Atualmente em Taubaté, trabalha como professor e também formador no nosso Seminário. Este é um breve currículo do Padre, doutor Mário que palestrou para catequistas e leigos durante três dias desta semana na Igreja Matriz Puríssimo Coração de Maria. Padre Mário recebeu a reportagem do Evolução com quem conversou durante uma hora.

 

Evolução – Como se deu o início desta caminhada, formação em Veterinária e depois padre, para agora cuidar de seu rebanho de fiéis?

Pe. Mário – O que me ajudou muito em tudo isto, mesmo no meu currículo, estudos acadêmicos, foi a minha participação na Igreja quando jovem no Movimento de Emaús. Ministro da Eucaristia, trabalhei muito na Igreja, então tive um grande envolvimento, e ali fui criando dentro desta perspectiva  de servir a Deus por meio da vocação sacerdotal e religiosa. Mesmo eu trazendo tudo isto dentro do meu coração eu me envolvi muito na vida acadêmica, meus pais não me apoiaram muito, até que chegou um momento e eu disse, já que tenho uma e experiência aqui fora, tenho que fazer uma experiência para a vida sacerdotal e religiosa. A partir daí iniciei e perseverei até hoje.

 

Evolução – E o encaminhamento para a Bioética.

Pe. Mário – Veio muito antes de eu entrar para o Seminário, pela minha formação em veterinária, melhoramento genético animal, me aprofundei  muito na questão biológica. Mesmo sendo animal, o conceito é a mesma coisa. Nos dedicamos muito com o ser humano, e isto  muda pouca coisa. Então eu sempre tive este gosto pela biologia, pela química. Quando entrei para o Seminário meu trabalho de conclusão de curso de Filosofia eu fiz sobre Ética. E, nessa expectativa de estudar ética, estudar valores que hoje eu consigo dialogar mais com a sociedade a partir da ética. Quando fui para o Mestrado, foi até interessante no diálogo com meu orientador. Ele pediu para eu contar esta historia da da  minha caminhada acadêmica.  Eu contei toda minha trajetória e aí ele me disse: “Taí. Seu tema vai ser sobre Xenotransplante.” A ética sobre Xenotransplante que é uma técnica que hoje está, se desenvolvendo devido a escassez de órgãos para transplante que é o uso de órgãos animais em humanos. Aí eu não estudei a questão médica porque não é minha área. Isto seria a questão mais sobre a área ética, o uso de órgãos animais em humanos. Se isto teria alguma implicação ética. Defendi a tese, publiquei um livro pela Loyola sobre Xenotransplante, depois quando eu fui para Roma também quis me dedicar um pouco a isto. Quando eu vi que isto está crescendo muito é o que se chama melhoramento genético humano. Hoje você tem condições de quase produzir em tese um ser humano em laboratório. Você pode escolher as características.

 

Evolução – Neste aspecto estaríamos contrariando o processo de reprodução genético e construindo (processo produtivo), sem considerar consciência e genoma?

Pe. Mário – Eles buscam uma questão do designer biológico, mas a personalidade é outra coisa.

 

Evolução – Um manequim perfeito?

Pe. Mário – Aí é que está a questão da minha tese de doutorado. Eu mostrei para eles que a pessoa não é só biológico. Claro nós também somos ser biológicos. Mas o ser humano é muito mais que isso, ele é personeidade. Ele é pessoa. Pessoa é muito mais que seu estado biológico. Ela é consciente, ela é vontade, ela é sentimento, afetiva, sexual. Então dá para você produzir aquilo que é “perfeito” geneticamente, mas podemos criar pessoas “monstros”, na sua personalidade, no seu jeito de agir na sua consciência. Esse foi nosso trabalho. Mostrar que a pessoa não é só um ser biológico. A partir do momento que eu compreendo que a pessoa não é só um ser biológico eu não tenho o direito de manipulá-la geneticamente a meu bel prazer. Ela é muito mais, e aí entra um dado nosso que é a fé cristã, da teologia “que a pessoa é a imagem e semelhança de Deus”. Então muito mais que querer produzir uma pessoa, a pessoa é um dom, um dom, que se acolhe. É filha e filho de Deus e como tal nós devemos acolher o ser humano.

 

Evolução – O assunto ABORTO, um de seus temas nestas palestras. Polêmico, bastante discutido e controverso, a Igreja através dos últimos Papas não tem fugido ao assunto, mas qual a orientação?

Pe. Mário – O que acontece? Nós temos um grande problema. Nós somos muito imediatistas e pragmáticos. Então para a sociedade e para muitos é muito mais fácil, abortar, do que educar, do que formar, do que conscientizar. Porque a educação ela gasta energia, gasta o tempo ela gasta a pessoa. E, as pessoas não querem se formar para isto. Então o trabalho seria mais de uma conscientização , de uma formação de uma educação. Então como não se tem, vamos abortar. É a mesma coisa a pena de morte. É como matar o delinqüente e achar que se resolveu os problemas. Nós estamos deixando de formar pessoas, de cuidar das pessoas, de conscientizar e depois queremos matar quando elas cometem um delito. É a mesma questão do aborto. Não podemos olhar o aborto como  uma solução do problema. O aborto hoje, nem por uma questão de Saúde Pública. É isto que a Igreja está debatendo. O aborto é você considerar que a pessoa que está no útero da mãe, que ainda não nasceu para um útero maior que é a terra, ela conserva a mesma dignidade e sacralidade, por que ela é também a imagem e semelhança de Deus. Então a questão é trabalhar a situação da pessoa como um todo. De outro lado a sociedade hoje está muito erotizada, tudo é sexual. Veja esta juventude fragilizada. O instinto, está aí, e ainda bem que fomos criados assim. Então quando tudo envolve isto, você perde o controle. Até a liberdade das pessoas é diminuída. Então você quer ter sua relação sexual, muito bem. Engravidou, depois vamos ver o que fazemos. Essa não é a melhor solução? Vamos ver o que fazer? É olhar a pessoa como um todo na sua atividade de pessoa. Também olhar  a pessoa que está no útero da mãe, pois tem a mesma dignidade que a nossa. O que me diz que eu tenho mais dignidade do que uma criança que está no útero da mãe? Eu também estive no útero da minha mãe. Nós somos uma pessoa. Hoje eu mudei a minha personalidade. A personalidade muda, amadurece. Que mude a personalidade, mas a pessoa é a mesma. Eu formar a minha consciência, vou ter uma educação, a cultura que vai influenciando, mas eu continuo a mesma pessoa, então não é a minha personalidade que vai ter que dizer que eu sou mais ou menos pessoa. É minha essência. Não é a Igreja que diz que eu tenho minha dignidade. Kant um grande filósofo que não tem discurso teológico já dizia isso: “a dignidade é intrínseca à pessoa”, o fato de ser pessoa já tem dignidade. Não é o Estado que confere a dignidade, não é a sociedade, A dignidade vem da condição de pessoa.  Isso que a Igreja defende, e acrescento nós ainda temos um acréscimo, é a sacralidade da vida. É como se Deus, selasse, marcasse a dignidade. A dignidade vem da condição de pessoa e a sacralidade vem da condição da imagem e semelhança de Deus, que à imprimiu em nós. Isso não é naquela pessoa, naquela cor, naquela raça, é em toda pessoa sem exceção.

 

Evolução – Diante disso como fica o livre arbítrio?

Pe. Mário – A Igreja reconhece o Livre Arbítrio , mas veja na nossa essência, você com o pessoa criada por Deus, a sua liberdade é absoluta, mas quando se trata de comportamento a liberdade tem limites. O que coloca limites na minha liberdade? Deus. Ele é um limite na minha liberdade. A minha consciência é um limite na minha liberdade. O outro é limite na minha liberdade. Então eu tenho livre arbítrio posso matar? Não, você é um limite na minha liberdade. Mas isso não tira a minha liberdade? Não. São opções que eu vou fazendo. Não são opções que me limitam, mas que também me fazem crescer, que me faz ser feliz. Então eu não vou lhe matar, porque eu fui criado para não matar, ao mesmo tempo lhe dou condições para você realizar-se como pessoa.  E Deus também é um limite para minha liberdade. Quando? Quando nós fomos criados Deus colocou uma Lei inscrita em nossas consciências. Que se chama Lei Natural. O que é uma lei natural? Santo Agostinho especificou esta Lei natural. “Faça o bem, evite o mal” Isto está em todos nós. Mas padre e aquelas pessoas que só vivem fazendo o mal? É porque elas obscureceram esta Lei. Mas todos nós sabemos. Mesmo aquele que mata,  sabe que está fazendo o mal. Só que a consciência dele se tornou laxa, ou de uma certa forma contaminada. Existe uma lei na consciência de todas as pessoas: “Faça o bem e evite o mal.” Se todas as pessoas obedecessem esta Lei, escrita em nós, não teríamos tantos problemas.

 

Evolução – Estamos vivendo tempos difíceis, corrupção, terrorismos, fanatismo, atentados, o que explicaria está maldade toda?

Pe. Mário – São questões que a Igreja fala e as pessoas não levam muito a sério e acham que é apenas discurso de padre. O poder. Outra questão o ter. Isso leva a pessoa a violentar. Quem são os corruptos no Brasil? São aqueles que mais ganham e mais querem. Eles roubam milhões. Mas para que isso? É o poder, o ter e o prazer.

 

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Os padres Luis, Dilmar, Mário e Carlos na celebração da Santa Missa
  

Evolução – E a desagregação dos valores familiares?

Pe. Mário – Tudo isso vai ajudar na desagregação da família. Tudo isso tem consequência. O prazer, são pessoas envolvidas com drogas, álcool, prostituição, isso arruína as famílias. O ter. É um trabalho excessivo, ganancioso em busca de cada vez mais. O poder, o domínio, a opressão, o ter várias mulheres, isto são fatores que desagregam. A Igreja é muito clara a família é a estrutura da sociedade. Veja o mal que causam as novelas às nossas famílias; Você já assistiu uma novela com uma família estruturada? Não. Ou é a amante boazinha e cheia de qualidades e a esposa malvada. Os realitty show, estes então não entendo como ainda tem gente que assiste, esperando o outro convencer alguém para ir debaixo do edredon, e ainda na frente dos filhos pequenos e mal formados. As páginas sociais com a exposição das pessoas, sem controle, a falta de diálogo, existem famílias que só conversam pelo telefone, computador e outros meios eletrônicos. A desestruturação da família hoje é a desestruturação da sociedade.

 

Evolução – A teoria que a riqueza afasta e a pobreza aproxima, pode ser  uma afirmativa?

Pe. Mário – Como disse anteriormente uma das coisas que destrói as pessoas é o poder, é o ter , é o prazer. Por que? A pessoa se sente deusa ela pode fazer tudo porque ela tem dinheiro. A pobreza ela aproxima pela luta, pela busca, pela união. Há um outro aspecto que podemos analisar. Nós somos muito mais solidários, na dor,  no sofrimento. É difícil alguém se alegrar com a conquista do outro. As pessoas tem um prazer enorme em ver o outro mal. Nós somos egoístas e não nos sentimos felizes com a felicidade do outro.  Quando uma luta é junta, o sofrimento, a conquista vira comunhão.

 

Evolução – E a convulsão que o mundo está vivendo. Onde iremos parar?

Pe. Mário – Olhemos nossas favelas. O traficante se torna um herói. Veja um exemplo. Em São Paulo por exemplo os pichadores, aqueles do mal, o que consegue fazer a maior proeza, o maior estrago, de maior alcance, se torna herói. O ser humano quer reconhecimento. Isto é também uma forma de poder. Eles querem é ser reconhecidos. Talvez um traficante famoso. Também existe o fanatismo daqueles que estão no comando, isto para eles é poder. Se fosse pela religião aprenderiam e agiriam diferente.

 

Evolução – Para eles também é uma inclusão?

Pe. Mário – Sim. Porque eles passam a ser conhecidos, reconhecidos e valorizados. Se você olhar estes grupos de fanáticos, xiitas, ali também existem as divisões pela busca do poder. Quanto maior for o mal que eu faço, mais poder eu tenho. Sou contra a pena de morte, mas aquele brasileiro que foi executado recentemente, quase se tornou um herói. O que leva o brasileiro hoje, assistir o BBB e ver o Pedro Bial chamando “meus heróis”. Isso é uma afronta, um atentado contra a dignidade humana. Atentado contra aquele que está trabalhando na fábrica, atentado contra aquelas pessoas que estão tentando seriamente melhorar a vida das outras, contra a pessoa solidária, contra o bombeiro. Veja os nossos jovens. Escola que exige uniforme eles querem derrubar a mesma. Não somos uniformizados. No fundo todos estão. Um põe brinco de um lado o outro também, um veste boné virado o outro também. A moda? As pessoas estão perdendo a capacidade de raciocinar, os outros estão raciocinando por elas.

 

Evolução – Temos uma visão que os pedidos de justiça em frente as telas de TV quando a ocorrência ganha as mídias, são na realidade pedidos de vingança?

Pe. Mário – É a famosa tradição do bode expiatório. Matando aquela pessoa está tudo resolvido. No ser humano faz parte da nossa essência , da nossa constituição, a vingança. Está em mim, está em você, não vamos discutir agora de onde vem, mas é do pecado. Essa vingança tem um sentimento dentro de nós. A nossa vingança é matando.

 

Evolução – Pois é, nós não queremos justiça, nós queremos vingança?

Pe. Mário – Não nós queremos justiça. Nós somos injustos até com pequenas coisas. Faço uma pergunta: Qual a diferença entre aquele que fica na entrada da favela de olheiro, e solta um foguete quando a polícia se aproxima, para avisar  aos traficantes que o perigo ronda a área e aquele motorista que ao passar por um carro da Polícia Rodoviária fica piscando os faróis para avisar os outros motoristas? Qual a diferença? Nenhuma. Por isso acho Jesus espetacular. Quem é fiel nas pequenas coisas também será nas grandes coisas. E no dia que nos der as maiores nós também seremos. Existe uma ideologia hoje que você não pode dar uma palmada em uma criança, mas você pode matar. Se você der uma palmada no seu filho poderá até ser preso. Mas se você abortar e a Igreja se posicionar contra, toda a sociedade vai se manifestar e se posicionar contra a Igreja.

 

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Público foi bastante representativo nas palestras
  

Evolução – E a terceirização praticada pelos pais?

Pe. Mário – Veja o trabalho hoje das nossas professoras, das nossas catequistas. Os pais chegam hoje aqui na porta da Catequese e entregam seus filhos. Qual a participação, acompanhamento e exemplo? Estão apenas terceirizando, para a escola, para a TV, para a Xuxa, catequese, para o computador, para os amigos, para os traficantes.

 

Evolução – Poucos se preocupam com a qualidade e continuidade. O principal é a data do encerramento para marcar o local da festa?

Pe. Mário – Você me lembrou uma história  numa Igreja que vivia cheia de morcegos e o Padre já não aguentava mais. Um dia chegou um senhor e conversando com o Padre o mesmo contando o caso dos morcegos e reclamando. O senhor disse para ele: Padre eu tenho uma solução para o senhor e seus morcegos. Qual, perguntou o Padre aflito. Na semana que vem tem Crisma, o senhor pede para o Bispo crismar os morcegos, eles irão, sumir e nunca mais voltarão. Peço desculpas aos que não nos abandonam. O que quero dizer que eles não devem vir como obrigação. Conversava com o padre Carlos e é um desafio muito grande para os professores e catequistas. Nós estamos vivendo um mundo de imagens, ninguém mais lê. A catequese tem um conteúdo muito grande e os nossos jovens não querem isso.

 

Evolução – Tem pessoas mais preocupadas em reservar o Clube para a festa do que com a data para matrícula para a preparação para receber os sacramentos, batismo, crisma, eucaristia, sem falar no casamento que aí chamam o Altar de palco.

Pe. Mário – A ausência dos pais na vida dos filhos representa um grande risco. Quem deixa de dar Deus para seus filhos está dando “deuses”, ou ídolos de barro. A sociedade se encarrega de dar outros rumos. O pai hoje é provedor. Dá escola, estudos, presentes, alimentação, academia, viagens, mas não dá mais o exemplo.

 

Evolução – E os programas sociais do Governo?

Pe. Mário – Sou a favor que primeiro tem que dar o peixe. Não adianta ensinar a pescar se a pessoa não tem o que comer. Mas o que não se pode criar é dependência. Seguro desemprego da forma como está. Pode se tornar uma roubalheira para alguns. É preciso criar programas para que as pessoas possam melhorar por elas mesmo. Uma emergência, uma região que não desenvolve então é válida a assistência, mas não a perenidade do assistencialismo. Não podemos ficar dando o pão e o circo que foi esta eleição. O pão foi distribuído para o povo e os espetáculos (o circo), foi na TV. O problema do partido que hoje está no governo é ético. Quando eles foram criados no anonimato, tinha-se a esperança de ser um partido ético. Hoje estão provando o contrário. O PT é duro com os de fora. Mas mete o pau nos outros.

Evolução – Com certeza  o senhor abordará o assunto, mas como a Igreja está vendo as segundas uniões, e os problemas homo afetivos?

Pe. Mário – O Papa Bento XVI escreveu uma encíclica que é muito interessante. A caridade na verdade. O grande desafio que a Igreja está querendo encontrar, como hoje agir com caridade com essas pessoas específicas, mas sem comprometer a verdade. A verdade também não pode comprometer a caridade. Porque senão será um legalismo. Seu eu ficar só na verdade corro o risco de rigorismo. Se eu também ficar só na caridade, corro o risco do laxismo. Temos que analisar que pessoas que as vezes estão vivendo estas situações também não são culpadas. Por exemplo uma coisa é quem abandonou a outra é quem foi abandonada. Se eu estou com uma mulher que veio de outro casamento e eu fui responsável pela destruição do outro matrimônio, ou não.  Então tudo tem que ser analisado. Também temos que ter um cuidado para não instituir um divórcio católico. Aí vamos incentivar o jovem. “Eu vou casar, senão der certo separo”. Também quanto a comunhão, é outro problema. Teremos mais uma reunião ordinária. Já estamos na terceira, e depois que o Papa irá se manifestar.

 

Evolução – Há uma grande instabilidade?

Pe. Mário – Chamo isto de uma sociedade líquida. Você tem uma laranja para espremer para fazer o suco e ao lado um pacotinho com um suco em pó. Lógico que você vai usar o pó que é mais fácil. Esta inconstância está tomando os jovens, ora pela insatisfação no emprego, ninguém aguenta mais desaforo de ninguém, é uma intolerância só e esta rebeldia inclusive afeta padres jovens e recém formados.

 

Evolução – Foi um grande prazer conversar com o senhor. Sucesso na sua carreira e missão. Suas despedidas.

Pe. Mário – Quero dizer que a grande proposta da Igreja hoje é de não se posicionar contra o prazer, contra o aborto, contra isso, contra aquilo. A Igreja hoje tem um discurso positivo no sentido “eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. É defender a vida desde a concepção até amorte e tudo tenha o seu valor. O Papa Francisco tem falado muito do idoso do cuidado que tem que se ter. Sabemos que uma mãe cria 10 filhos. Mas 10 filhos não cuidam de uma mãe. Estamos em defesa da vida, porque Deus sempre defendeu a vida.



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