Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)
Advogado
Filósofo
Jornalista (DRT 3792/SC)
No Salmo 19, verso 8, podemos ler: “Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e alumia os olhos”. Deus opera tanto o querer, subentenda-se, o querer viver os mandamentos, quanto o efetuar, ou seja, a vivência dos mandamentos em nosso dia-a-dia. Nossa parte se restringe a desejar compreender e praticar os tais mandamentos. O mandamento tem um caráter intelectual, pois o crente é desafiado a compreender intelectualmente o liame do princípio oculto no mandamento e a conexão com o mundo natural, tem um caráter puramente espiritual, que deve ser mais intuído que abstraído, e tem um caráter pragmático. Esta última acepção quer dizer que nossa vida fica mais praticável e menos difícil à medida que vivemos os mandamentos. Não deve ser um fardo em nossos ombros os mandamentos de Deus. Devemos vivê-los e recepcioná-los com alegria. Se até nós em nossa pequenez de coração e estreiteza de percepção colocamos para Deus requisitos para que o amemos, com maior razão Deus pode impor quaisquer condições em face de nós. O decálogo existe para que vivamos com mais nitidez o “amai-vos uns aos outros”. O decálogo nos dá parâmetros consistentes do que vem a ser o amor. Objetivamente, o que vem a ser o amor, no que ele tem positivamente de fazer e do que deve se abster. Os mandamentos existem para que tenhamos vitória. Deus não criou os mandamentos para cercear nossa liberdade, mas como uma escada que conduz até o alto da glória. E Deus quer ver o maior número possível na glória. Quando nos guiamos pelo que cremos e não pelo que vemos fica ligeiramente mais fácil viver os mandamentos. Vivendo os mandamentos nos machucamos menos. Mandamento é um conselho imperativo. É um conselho que tem uma sabedoria tão grande que vem cingido de compulsoriedade. Porque até os pais na ordem da carne obrigam seus filhos a se comportarem de determinada maneira pelo bem deles. Assim também Deus Pai às vezes é impositivo porque nos ama. Se você vê que seu filho irá se machucar gravemente prefere lhe desferir uma palmada a permitir que ele fique em condição muito pior. Porque quando Deus nos educa padecemos no mundo empírico, e isto para que tenhamos boa condição no mundo espiritual. Ora, as dificuldades desta dispensação são um nada quando comparados com o sofrimento do túmulo ou com a bênção na glória. É assim que Deus nos faz sofrer aqui e agora para o bem de nossa alma para o além e no milagre da eternidade. E os mandamentos são sinais de trânsito que nos permitem sofrer o menos possível no mundo empírico e ainda assim entrar pela porta da salvação.