Na coluna anterior, entre os assuntos, foi tratado sobre “Tijolos Ecológicos”, que no meio de tantas vantagens oferecidas pelo sistema, e todo seu apelo ecológico, via-se o pequeno desempenho do mercado face ao desempenho do tijolo tradicional, o chamado tijolo furado.
Realmente é bastante grande a diferença nas aparições em obras entre os sistemas. Mas o que levaria a este abismo, se um material leva grande número de vantagens sobre o outro? Seriam assim tantas vantagens então? Ficou a dúvida no ar, mas conseguimos algumas explicações e deduções sobre o assunto:
Uma delas, a mais simplista das explicações sobre o que acontece seria a falta de cultura sobre o sistema, ou seja, não é comum encontrar então não cresce no mercado. É uma contradição que uma coisa impede a outra.
Mas vemos historicamente que o tijolo ecológico ou ecotijolo, provém do mesmo formato e do mesmo sistema de um dos primeiros tijolos industrializados que era o tijolo maciço.
Este tijolo foi substituído a décadas pelo tijolo do tipo furado, que além de ser maior, mais leve, melhor rendimento da execução, tem capacidade térmica maior que o seu tipo anterior e preço mais baixo. Então foi o que a indústria colocou no mercado e por ter algumas características melhores, foi sendo substituído.
Hoje quem se depara com um Tijolo Ecológico, analisa somente a questão do tamanho da peça, o modo mais artesanal de assentamento e a aparência final, remete-se automaticamente a pensar que esta utilizando o tijolo maciço comum que tecnicamente é um material ultrapassado, por isso conclui-se que:
• Muitos não aderem ao uso do ecotijolo, por falta de ter uma mão de obra com bom acabamento (que é um problema real), para trabalhar e deixar a parede com o acabamento pronto, pois o mais comum hoje em dia é contar com o reboco para dar o acabamento final, técnica com mais domínio que o assentamento “fino” de tijolos.
• Outra questão seria o aspecto em si. Muitos não querem ter a casa com ar “mais antigo” ou rústico.
• E também seria a vinda de novos materiais, como paredes de gesso acartonado, ou até mesmo fachadas prontas, sendo a construção de países mais avançados ou mesmo em grandes centros no Brasil, como São Paulo, que já é utiliza largamente. Tudo em nome da produtividade, da precisão e também para fugir cada vez mais da dependência da mão de obra, que quem trabalha com isto, sabe a tristeza do setor.
Com tudo isto exposto acima, e ainda a falta de investimento no setor, tanto de empresários como governamental acaba-se tornando pouco a sua utilização. Realmente não se vê marketing efetivo sobre os produtos mostrando suas reais qualidades e também incentivos fiscais para produção e financiamentos.
E Fortaleza/CE estão sendo feitas as primeiras 50 casas com uso do Ecotijolo, financiadas pelo programa Federal, Minha Casa Minha Vida.