Dinheiro Verde

As últimas notícias sobre construção civil estão ficando até chatas, tamanha a insistência da onda verde reforçada pela Rio+20. Mas não adianta fugir ou negar que isto não tem nada a ver com você, pois o “mercado verde” está dominando todos os setores, principalmente os de consumo imediato, como cosméticos, alimentações e claro, os bancos. Estes por sua vez querem mais do que nunca, apagar a imagem voraz de ser  apenas uma máquina de tirar dinheiro do povo e mostrar seu lado bonzinho.

Itaú/Unibanco, Santander, Caixa

Estes são os bancos que lideram em atitudes sustentáveis, englobando desde as sedes corporativas com baixo consumo de energia, captação de água da chuva, acessibilidade, aproveitamento e reciclagem de materiais e até disseminação de ideias simples mas que facilitariam a vida, como estudos para diminuir os impactos no trânsito com escalonamento de caronas, disponibilidades de ônibus fretados gratuitos, bicicletários e vestiários para funcionários e visitantes.

A Torre, que abriga a sede administrativa do Santander, em São Paulo, possui a certificação LEED Ouro.

Santander: Prédio verde

Os resíduos originados na fase de construção do prédio foram corretamente destinados, reduzindo em pelo menos 50% o volume enviado a aterros sanitários.

Natura: investimentos de R$ 1 bilhão na Amazônia

 A empresa de cosméticos já investiu R$ 150 milhões em infra estrutura sustentável para as famílias que fazem a extração de suas matérias primas na região Amazônica e pretendem chegar em 10 anos na cifra de R$ 1 bilhão.

Escritórios do futuro

Conheça algumas das iniciativas adotadas nas reformas e na construção de novos escritórios:

  Materiais corretos – Cimento com adição de resíduos de altos fornos siderúrgicos, tintas e massa corrida à base de água, carpetes com fibras de garrafas PET recicladas. A madeira, inclusive dos móveis, com certificações verdes.

  Eficiência energética – Máximo aproveitamento de luz e de ventilação natural, uso de luminárias e equipamentos de alta eficiência, setorização da iluminação e sensores de presença, que desligam a luz quando o ambiente não está sendo ocupado.

  Racionalização da água –  captação de águas da chuva para uso nas descargas, torneiras com sensores, bacias sanitárias com descarga de duplo fluxo ou vácuo.

  Qualidade interna – Materiais, inclusive carpetes, com baixo índice de compostos orgânicos voláteis (poluentes atmosféricos nocivos à saúde). São empregados anticorrosivos e antiferruginosos à base de água, sem solventes petroquímicos.

 Reciclagens

O Brasil já ocupa a quarta posição no ranking mundial, que é liderado pelos Estados Unidos, de construções sustentáveis, de acordo com o órgão internacional Green Building Council (GBC).

Brasil em quarto lugar no mundo

O primeiro prédio sustentável brasileiro foi registrado em 2004. De 2007 até abril de 2012, o Brasil registra um total de 526 empreendimentos sustentáveis, sendo 52 certificados e 474 em processo de certificação.

Já vem dos anos 70

O conceito de construção sustentável surgiu pela primeira vez com a crise do petróleo nos anos 70, quando os altos preços da energia levaram à busca por sistemas alternativos e mais baratos, como a geração própria. Os primeiros prédios verdes foram construídos na Holanda, na Alemanha. A sede do Parlamento alemão, por exemplo, tem um gerador que não só produz a própria energia com base em combustíveis renováveis como envia o excedente para construções vizinhas. Nos últimos anos, as discussões em torno do aquecimento global elevaram o tema da sustentabilidade ao topo da prioridade das maiores empresas do mundo e ajudaram a despertar o interesse por métodos construtivos sustentáveis. Será que é coisa de chato?